|
Projeto Assinatura
A IMPORTÂNCIA DA ASSINATURA PARA
INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
2004
Público Alvo:
Professores Especializados em Deficiência Visual, Deficientes
Visuais e demais interessados.
Organização:
CAP-Maringá
Justificativa:
“Muitas vezes uma pessoa cega, por não
saber assinar o seu próprio nome e usar a digital, é
confundida ou passa a imagem de uma pessoa analfabeta, assinar seu
próprio nome é um ato de emancipação.
Ao assinar um diploma, a carteira de identidade, a carteira profissional,
documentos, título eleitoral e até cheques, a pessoa
cega adquire sentimentos de auto-realização, de independência
e de responsabilidade. E não assinar traz o desconforto da
menos valia a acentua a desigualdade.
A assinatura é um dos meios facilitadores para romper as barreiras
do preconceito e informar a sociedade que deficiente visual também
é um cidadão que através de um gesto consciente,
característico e pessoal, pode deixar marcada sua identidade
nos documentos me para diminuir uma possível imagem negativa
em relação ao deficiente visual.” Partindo desses princípios e para que não sejam acentuadas
as desigualdades, é imprescindível e urgente que seja
trabalhado com os deficientes visuais o aprendizado da escrita
cursiva.
Objetivos:
- Informar e conscientizar sobre a importância da assinatura
para o Deficiente Visual;
- Repassar métodos e técnicas para o aprendizado da
escrita cursiva.
Metodologia:
Não há técnica específica e única
para um professor ensinar escrita cursiva, esta atividade vai do bom
senso e da intuição do professor. Aqui seguem algumas
sugestões para desenvolvermos este trabalho:
Primeira Sugestão:
1. Observar se o aluno já tem bem trabalhado o seu esquema
corporal e, principalmente, se é capaz de dissociar movimentos
de pulso, cotovelos e ombros;
2. Observar se a coordenação motora fina está
bem desenvolvida;
3. Observar a formação de conceitos quanto às
linhas retas, inclinadas, ângulos, curvas e sinuosas;
4. Observar orientação espacial;
5. Observar a memória tátil e cinestésica.
Etapas do Trabalho:
- Apontando com o dedo indicador, fazer movimentos circulares no
espaço livre.
- fazer os mesmos movimentos na parede;
- Usar as duas mãos neste momento, sendo que a esquerda fica
na esquerda marcando o limite.
- Trabalhar a seqüência das linhas: reta, quebrada, inclinada,
sinuosa, ondulares, etc.
- Com isopor e elástico, mostrar o movimento das letras tanto
no espaço vertical quanto no horizontal e pedir que o aluno
reproduza no isopor. Se necessário, usar o próprio corpo
para que sinta o movimento das letras. As sensações
cutâneas retém com mais rapidez, facilidade e globalidade
as formas marcadas. Pode-se usar o rosto, pois através das
linhas do rosto encontramos formas de mostrar as letras.
- Trabalhar na tábua emborrachada e porosa com punção
de ponta grossa, tampa de caneta e papel plastificado ou celofane,
para obtermos o efeito relevo.
- Por último, lápis, caneta e papel com guia-mão.
Dependendo do aluno, este processo pode demorar de um a três
meses ou mais.
Segunda sugestão:
1. Apresentar o alfabeto em relevo, pode-se apresentar as 4 formas
(de forma, maiúscula e minúscula; cursiva, maiúscula
e minúscula).
2. Tatear as letras de seu nome observando atentamente cada detalhe.
3. Na prancha de desenho, com giz de cera, fazer tentativas de escrita
das letras.
4. Ir diminuindo o espaço até chegar no tamanho do guia
de assinatura com lápis comum ou caneta.
Terceira sugestão:
Formas simplificadas de letras para uso com reglete Seqüências
sugeridas para o traçado das letras:
Devem seguir os seguintes critérios:
1. Minimizar:
- os levantamentos da caneta;
- a movimentação da mão;
- a execução de movimentos difíceis ( diagonais).
2. Usar uma coerência do desenho entre várias letras.
Dez toques
1. Os movimentos habituais da escrita cursiva convencional não
são diretamente aplicados, mas adaptados: metodologia de escrita
distinta.
2. Experimentalmente chegamos a um conjunto de seqüências
que produz bons resultados com pessoas que apresentam pouca destreza
motora.
3. Outras formas criadas pelo usuário podem ser igualmente
interessantes, se ele já tiver prática anterior de escrita
em tinta.
4. As formas geradas não exigem precisão de traço.
5. As letras foram desenhadas para serem legíveis mesmo que
não seja atingido o “ponto-destino” com precisão.
A letra tem boa legibilidade.
6. As diagonais são mais difíceis para a maioria dos
usuários. Mais eficaz é deixá-las por último
e/ou levantar a caneta antes.
7. Podem ser usados traçados que passam a caneta duas vezes
sobre o mesmo risco. Ex.: A = 314652
8. As letras maiúsculas podem ser indicadas por um traçado
mais forte ou com cor diferente.
9. Cada usuário pode encontrar o seu caminho ( maior facilidade).
10. O papel do instrutor:
- Criar seqüências convenientes, em que as dificuldades
motoras sejam vencidas.
- Fazer o usuário perceber a importância da escrita para
o deficiente visual.
A seqüência é:
Lado esquerdo: 1 2 3
Lado direito: 4 5 6
Meio: 7 8 ( convenções)
A = 314625 M = 13,46,174
B = 631426 N = 13,46,16
C = 6314 O = 64136
D = 3153 P = 31452
E = 6314125 Q = 641368
F = 314125 R = 31426
G = 413658 S = 412563 ou 4253
H = 13, 4652 T = 14, +7+8
I = 13 U = 1364
J = 4632 V = 134
K = 13, 426 W = 13,46,386
L = 136 X = 16,34
Y = 4651
Z = 14, 36,43
De acordo com os objetivos gerais deste método, o uso dos acentos
e maiúsculas é de importância secundária.
Entretanto, pode-se criar acentos, exemplo:
- Agudo = 47
- Circunflexo = 275
- Crase = 17
- Til = 46
- Cedilha = 83
O método não é fechado. Cada usuário
encontrará a forma pessoal mais conveniente. O importante é
que a pessoa se sinta confiante, e é papel do professor criar
seqüências de ensino convenientes, em que as dificuldades
motoras sejam progressivamente vencidas.
- 1ª. Envio de ofício para os NREs, CAEDVs e associações
informando sobre o projeto e solicitando o levantamento do número
de deficientes visuais que não assinam seus nomes;
- 2ª. Reunião com professores, representantes dos NREs
e associações para capacitação dos participantes
quanto as diversas formas de desenvolver uma metodologia de escrita
junto às pessoas com deficiência visual.
- 3ª. Desenvolvimento do trabalho por parte dos profissionais
que foram capacitados nas suas bases.
- 4ª. Finalização do trabalho através da
apresentação dos resultados.
Período de Execução: Ano Letivo de 2004.
1ª. Etapa – Levantamento de dados
2ª Etapa – Capacitação.
3ª Etapa – Desenvolvimento
4ª Etapa – Encerramento
Bibliografia
ROSENFELD, Ethel. Apostila: A Importância da Assinatura para
a Inclusão da Pessoa com Deficiência Visual. Rio de Janeiro.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão – Construindo uma Sociedade
para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho, na
sociedade inclusiva. Rio de , Janeiro:WVA, 1997.
|