CAP - Maringá "Uma realidade desde 2001"

"Sonho que se sonha sozinho é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade".

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Atividades  
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Projeto Assinatura


A IMPORTÂNCIA DA ASSINATURA PARA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
2004

Público Alvo:

Professores Especializados em Deficiência Visual, Deficientes Visuais e demais interessados.

Organização:

CAP-Maringá

Justificativa:

“Muitas vezes uma pessoa cega, por não saber assinar o seu próprio nome e usar a digital, é confundida ou passa a imagem de uma pessoa analfabeta, assinar seu próprio nome é um ato de emancipação. Ao assinar um diploma, a carteira de identidade, a carteira profissional, documentos, título eleitoral e até cheques, a pessoa cega adquire sentimentos de auto-realização, de independência e de responsabilidade. E não assinar traz o desconforto da menos valia a acentua a desigualdade.
A assinatura é um dos meios facilitadores para romper as barreiras do preconceito e informar a sociedade que deficiente visual também é um cidadão que através de um gesto consciente, característico e pessoal, pode deixar marcada sua identidade nos documentos me para diminuir uma possível imagem negativa em relação ao deficiente visual.”
Partindo desses princípios e para que não sejam acentuadas as desigualdades, é imprescindível e urgente que seja trabalhado com os deficientes visuais o aprendizado da escrita cursiva.


Objetivos:

  • Informar e conscientizar sobre a importância da assinatura para o Deficiente Visual;
  • Repassar métodos e técnicas para o aprendizado da escrita cursiva.

Metodologia:

Não há técnica específica e única para um professor ensinar escrita cursiva, esta atividade vai do bom senso e da intuição do professor. Aqui seguem algumas sugestões para desenvolvermos este trabalho:

Primeira Sugestão:

1. Observar se o aluno já tem bem trabalhado o seu esquema corporal e, principalmente, se é capaz de dissociar movimentos de pulso, cotovelos e ombros;
2. Observar se a coordenação motora fina está bem desenvolvida;
3. Observar a formação de conceitos quanto às linhas retas, inclinadas, ângulos, curvas e sinuosas;
4. Observar orientação espacial;
5. Observar a memória tátil e cinestésica.

Etapas do Trabalho:

  • Apontando com o dedo indicador, fazer movimentos circulares no espaço livre.
  • fazer os mesmos movimentos na parede;
  • Usar as duas mãos neste momento, sendo que a esquerda fica na esquerda marcando o limite.
  • Trabalhar a seqüência das linhas: reta, quebrada, inclinada, sinuosa, ondulares, etc.
  • Com isopor e elástico, mostrar o movimento das letras tanto no espaço vertical quanto no horizontal e pedir que o aluno reproduza no isopor. Se necessário, usar o próprio corpo para que sinta o movimento das letras. As sensações cutâneas retém com mais rapidez, facilidade e globalidade as formas marcadas. Pode-se usar o rosto, pois através das linhas do rosto encontramos formas de mostrar as letras.
  • Trabalhar na tábua emborrachada e porosa com punção de ponta grossa, tampa de caneta e papel plastificado ou celofane, para obtermos o efeito relevo.
  • Por último, lápis, caneta e papel com guia-mão.
    Dependendo do aluno, este processo pode demorar de um a três meses ou mais.

Segunda sugestão:

1. Apresentar o alfabeto em relevo, pode-se apresentar as 4 formas (de forma, maiúscula e minúscula; cursiva, maiúscula e minúscula).
2. Tatear as letras de seu nome observando atentamente cada detalhe.
3. Na prancha de desenho, com giz de cera, fazer tentativas de escrita das letras.
4. Ir diminuindo o espaço até chegar no tamanho do guia de assinatura com lápis comum ou caneta.

Terceira sugestão:

Formas simplificadas de letras para uso com reglete Seqüências sugeridas para o traçado das letras:

Devem seguir os seguintes critérios:
1. Minimizar:
- os levantamentos da caneta;
- a movimentação da mão;
- a execução de movimentos difíceis ( diagonais).
2. Usar uma coerência do desenho entre várias letras.

Dez toques
1. Os movimentos habituais da escrita cursiva convencional não são diretamente aplicados, mas adaptados: metodologia de escrita distinta.
2. Experimentalmente chegamos a um conjunto de seqüências que produz bons resultados com pessoas que apresentam pouca destreza motora.
3. Outras formas criadas pelo usuário podem ser igualmente interessantes, se ele já tiver prática anterior de escrita em tinta.
4. As formas geradas não exigem precisão de traço.
5. As letras foram desenhadas para serem legíveis mesmo que não seja atingido o “ponto-destino” com precisão. A letra tem boa legibilidade.
6. As diagonais são mais difíceis para a maioria dos usuários. Mais eficaz é deixá-las por último e/ou levantar a caneta antes.
7. Podem ser usados traçados que passam a caneta duas vezes sobre o mesmo risco. Ex.: A = 314652
8. As letras maiúsculas podem ser indicadas por um traçado mais forte ou com cor diferente.
9. Cada usuário pode encontrar o seu caminho ( maior facilidade).
10. O papel do instrutor:
- Criar seqüências convenientes, em que as dificuldades motoras sejam vencidas.
- Fazer o usuário perceber a importância da escrita para o deficiente visual.
A seqüência é:

Lado esquerdo: 1 2 3
Lado direito: 4 5 6
Meio: 7 8 ( convenções)
A = 314625 M = 13,46,174
B = 631426 N = 13,46,16
C = 6314 O = 64136
D = 3153 P = 31452
E = 6314125 Q = 641368
F = 314125 R = 31426
G = 413658 S = 412563 ou 4253
H = 13, 4652 T = 14, +7+8
I = 13 U = 1364
J = 4632 V = 134
K = 13, 426 W = 13,46,386
L = 136 X = 16,34
Y = 4651
Z = 14, 36,43


De acordo com os objetivos gerais deste método, o uso dos acentos e maiúsculas é de importância secundária. Entretanto, pode-se criar acentos, exemplo:

- Agudo = 47
- Circunflexo = 275
- Crase = 17
- Til = 46
- Cedilha = 83

O método não é fechado. Cada usuário encontrará a forma pessoal mais conveniente. O importante é que a pessoa se sinta confiante, e é papel do professor criar seqüências de ensino convenientes, em que as dificuldades motoras sejam progressivamente vencidas.

- 1ª. Envio de ofício para os NREs, CAEDVs e associações informando sobre o projeto e solicitando o levantamento do número de deficientes visuais que não assinam seus nomes;
- 2ª. Reunião com professores, representantes dos NREs e associações para capacitação dos participantes quanto as diversas formas de desenvolver uma metodologia de escrita junto às pessoas com deficiência visual.
- 3ª. Desenvolvimento do trabalho por parte dos profissionais que foram capacitados nas suas bases.
- 4ª. Finalização do trabalho através da apresentação dos resultados.

Período de Execução: Ano Letivo de 2004.

1ª. Etapa – Levantamento de dados
2ª Etapa – Capacitação.
3ª Etapa – Desenvolvimento
4ª Etapa – Encerramento

Bibliografia

ROSENFELD, Ethel. Apostila: A Importância da Assinatura para a Inclusão da Pessoa com Deficiência Visual. Rio de Janeiro.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão – Construindo uma Sociedade para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
WERNECK, Cláudia. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de , Janeiro:WVA, 1997.