Pontos de Vista sobre o Dia dos Pais |
Textos em homenagem aos pais
Carta aos pais
OS PAIS MAIS CHATOS DO MUNDO
Diário de um adolescente
Divirta-se com seus filhos nas ferias
MEU PAI: MEU AMIGO, MEU HERÓI
Os dez mandamentos dos pais
Pai de todo jeito...
Pais Maus
Pais que gostam de ser pais
TOQUES DE TERNURA
Ser Pai
Pais felizes
Meu filho, perdoe o papai
Quanto vale uma hora de seu tempo
Pai e futebol
Um conto sobre os pais
A TIGELA DE MADEIRA
- Não gostamos. Não deveria ser assim! O problema começa com
o fato de as crianças deficientes serem fisicamente
diferentes das outras, chegando mesmo, por vezes, a ter uma
aparência esquisita. E isso cria, de saída, um mal-estar...
digamos... estético. Vê-las não é uma experiência agradável.
É preciso se acostumar... Para complicar há o fato de as
crianças deficientes serem mais lerdas: elas aprendem
devagar. As professoras vão ser forçadas a diminuir o ritmo
do programa para que elas não fiquem para trás. E isso,
evidentemente, trará prejuízos para nossos filhos e filhas,
normais, bonitos, inteligentes. É preciso ser realista; a
escola é uma maratona para se passar no vestibular. É para
isso que elas existem. Quem fica para trás não entra... O
certo mesmo seria ter escolas especializadas, separadas,
onde os deficientes aprenderiam o que podem aprender, sem
atrapalhar os outros.
- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai",
disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente
comendo com a boca aberta e comida pelo chão."
- "O que você está fazendo?"
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- Projeto DOSVOX
TOQUES DE TERNURa
SER PAI É MELHOR DO QUE UM CURSO DE TEOLOGIA.
"Papai."
A voz vinha do outro mundo - o mundo do despertar. Eu a
ignorei e continuei no mundo do dormitar.
"Papai", a voz insistiu.
Abri os olhos. Andrea, nossa filha de três anos, estava à
beira da minha cama, a poucos centímetros do meu rosto.
"Papai, eu estou com medo!"
Abri o olho. Eram três horas da manhã.
"O que está acontecendo?"
"Preciso de uma lanterna no meu quarto."
"O quê?"
"Preciso de uma lanterna no meu quarto!"
"Por quê?"
"Porque está escuro."
Disse-lhe que as luzes do corredor estavam acesas. "Mas
papai", objetou, "o que acontece se eu abrir os meus olhos e
não enxergar nada?"
"Diga de novo."
"O que acontece se eu abrir os meus olhos e não enxergar
nada?"
Quando eu estava para dizer a Andrea que aquela não era uma
hora apropriada para esse tipo de pergunta, minha mulher
interrompeu a conversa. Ela me explicou que por volta de
meia-noite faltou energia e que Andrea deve ter acordado
naquela hora, notando que estava escuro. Não havia luz no
abajur da cabeceira. Não havia luz no corredor. Ela havia
aberto os olhos e não vira nada. Somente escuridão.
Mesmo os corações mais empedernidos seriam tocados pela
idéia de uma criança acordar no escuro e não poder encontrar
a saída de seu quarto.
Pulei da cama, peguei Andrea nos braços, apanhei uma
lanterna e a levei para sua cama. Ao mesmo tempo, disse-lhe
que papai e mamãe estavam ali e que não precisava ter medo.
Eu a coloquei na cama e lhe dei um beijo.
E isso foi o suficiente para Andrea.
O sentimento de minha filha é ferido. Eu lhe digo que ela é
especial.
Minha filha está com medo. Não vou dormir até que ela se
sinta segura.
Não sou nenhum herói. Não sou um super-homem. Não sou
diferente de ninguém. Sou um pai. Quando uma criança se
fere, o pai faz o que é natural. Ele ajuda.
E depois que ajudo, não cobro pelos serviços prestados. Não
peço um favor sequer como recompensa. Quando minha filha
chora, não lhe digo para calar a boca, ser forte e conservar
os lábios cerrados. Também não consulto uma lista de coisas
que lhe aconteceram e pergunto por que continua a ferir-se
no mesmo lugar e a me acordar de novo.
Não sou brilhante, mas ninguém precisa me dizer que uma
criança não é um adulto. Você não precisa ser psicólogo
infantil para saber que uma criança está em processo de
crescimento.
Não sou profeta, nem filho de profeta, mas algo me diz que,
no esquema geral das coisas, os momentos de ternura acima
citados são infinitamente mais valiosos do que qualquer
coisa que faça diante de uma tela de computador ou uma
congregação. Algo me diz que os momentos de conforto que dou
a meus filhos são um preço muito pequeno pela alegria de
algum dia ver minha filha fazer por sua filha o que seu pai
fez por ela.
Momentos do conforto proporcionados por um pai. Como pai,
posso lhe dizer que são os momentos mais agradáveis do meu
cotidiano. Eles correm naturalmente. São feitos com boa
vontade. Trazem sempre muita alegria.
Se tudo isso é verdade, se reconheço que um dos privilégios
da paternidade é confortar um filho, por que, então, hesito
em permitir que o Pai celeste me conforte?
Por que penso que Ele não quer me ouvir falar em meus
problemas? (Eles são insignificantes se comparados com as
populações famintas da Índia.)
Por que penso que Ele não tem tempo para mim? (Ele tem o
universo inteiro para cuidar.)
Por que acho que Ele está cansado de ouvir sempre as mesmas
coisas?
Por que penso que resmunga quando nota que estou chegando
perto dele?
Por que acho que consulta uma lista quando lhe peço perdão
e me pergunta: "Você não acha que está caindo no mesmo
buraco com muita freqüência?"
Por que acho que tenho que usar com Ele uma linguagem
sagrada que não uso com ninguém mais?
Por que acho que Ele não pensa em relação ao pai da mentira
o que eu pensei em fazer com os pais daqueles meninos
arruaceiros que ameaçaram minha filha no ônibus?
Penso que estava sendo apenas poético quando me perguntou
se as aves do céu e a erva do campo têm preocupações? (Não,
senhor.) E se eles não têm preocupações, por que eu devo
ter?
Por que não levo à sério quando Ele pergunta: "Se vós,
pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está no céus, dará boas coisas
aos que lhas pedirem?"
Por que não permitir que meu Pai faça por mim o que estou
mais do que desejoso de fazer por meus próprios filhos?
Estou aprendendo, entretanto. Ser pai é melhor do que um
curso de teologia. Ser pai me ensina que, quando sou
criticado, ferido, amedrontado, há um Pai pronto a me
confortar. Há um Pai que me sustenta nos braços até eu me
sentir melhor, que me ajuda até que eu possa viver com o
ferimento, e que não dormirá quando estou com medo de
acordar e ver a escuridão.
Sempre.
E isso é o bastante.
(Autor desconhecido)
Pais que gostam de ser pais
Há um novo tipo de homem na praça.
O homem paterno.
Sonha ser pai, vibra quando sabe que vai ser pai e adora
brincar com o fruto de seu amor. Não viu quem não quis, não
vê quem não quer.
São jovens, às vezes nem tanto, desfilando garbosos com
seu menino ou sua menina, ocupando-se do ofício de criar um
ser humano que nasceu dele.
Também são vistos em shopping centers, supermercados, no
carro, na rua ou nos estádios com seus filhos adolescentes.
Aqui e acolá pode-se vê-los empinando pipas, empurrando
bicicletas, rolando na grama com seus pequenos. Se preciso,
cozinham, dão banho, trocam fraldas e, como suas esposas,
enfrentam tudo o que um bebê costuma exigir dos seus pais.
Acabou o tempo do pai distante.
Jovens pais chegam hoje ao trabalho com cara de quem
cuidou do filho para que a mãe dormisse um pouco.
Os tempos estão mudando. Nisso, para melhor.
Não conheço as estatísticas e nem sei se foram feitas,
mas sou capaz de apostar que hoje a maioria dos pais investe
pelo menos 50% do tempo em que estão em casa no ofício de
cuidar dos filhos.
O macho da espécie descobriu que filho é tarefa dos dois
e que se quiser uma esposa mais descansada precisa ajudá-la
a cuidar do fruto que nasceu de ambos.
Deixou de ser pachá e rei, para ser pai com tempo
integral.
E é bonito ver que muitos divertem-se com isso.
Gostam de estar com seus filhos, brincam, incentivam,
querem deixar sua marca amiga no pequeno ser humano que Deus
lhes deu de presente.
Quem nunca ouviu que ouça: milhões de rapazes na casa
dos vinte anos respondem positivamente sobre a idéia de ter
um filho. Querem ser pais e acham que isso é realização.
Gostariam de tê-lo com a mulher certa porque ficaria mais
tranqüilo criar aquele filho.
Os pais estão mudando.
Não é que os pais de ontem fossem menos pais. Os tempos
eram outros e a sociedade educava o pai para ter uma certa
distância dos filhos.
Hoje eles estão convencidos que a distância machuca o
filho.
Os pais estão muito mais presentes.
É bom para os filhos, bom para as mães, bom para os
próprios pais e bom para a sociedade. Benditos os pais que
gostam de ser pais.
Os filhos agradecem.
Fonte: Pe Zezinho - scj
Pais Maus
Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente
para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu
hei de dizer-lhes: " Eu os amei o suficiente para ter
perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas
regressarão? Eu os amei o suficiente para não ter ficado em
silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo
amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para os
fazer pagar as balas que tiraram da mercearia e os fazer
dizer ao dono: "Nós roubamos isto ontem e queríamos pagar".
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês
2 horas, enquanto limpavam o seu quarto; tarefa que eu teria
realizado em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para os
deixar ver além do amor que eu sentia por vocês, o
desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. Eu os
amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade
das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras
que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o
suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês
poderiam me odiar por isso. Essas eram as mais difíceis
batalhas de todas. Estou contente, venci... porque no
final vocês venceram também! E qualquer dia, quando meus
netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica
que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer
quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má:
"Sim... Nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo. As
outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer
cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam
refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e
nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e
frutas. E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente
das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo
televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda
hora. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem eram
os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que
lhe disséssemos que íamos sair, mesmo que demorássemos só
uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela
violou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a
louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar,
aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos
cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em
coisas para nos mandar fazer. Ela insistia sempre conosco
para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade. E quando
éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos
pensamentos. A nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava
os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.
Tinham de subir, bater à porta para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam sair à noite com 12, 13 anos, nós
tivemos de esperar pelos 16. Por causa da nossa mãe, nós
perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós
esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo,
violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por causa dela. Agora que já saímos de casa, nós
somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso
melhor para sermos "pais maus", tal como a nossa mãe foi.
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: Não há
suficientes Mães más...
Autor Desconhecido
Pai de todo jeito...
Tem pai que ama,
Tem pai que esquece do amor.
Tem pai que adota,
Tem pai que abandona,
Tem pai que não sabe que é pai,
Tem filho que não sabe do pai.
Tem pai ...
Tem pai que dá amor.
Tem pai que dá presente,
Tem pai por amor,
Tem pai por acaso,
Tem pai que se preocupa com os problemas do filho,
Tem pai que não sabe dos problemas do filho...
Tem pai ...
Tem pai que ensina,
Tem pai que não tem tempo,
Tem pai que sofre com o sofrimento do filho,
Tem pai que deixa o filho esquecido.
Tem pai de todo jeito
Tem pai que encaminha o filho,
Tem pai que o deixa no caminho,
Tem pai que assume,
Tem pai que rejeita,
Tem pai que acaricia,
Tem pai que não sabe onde está o filho que precisa de
carinho.
Tem pai que afaga,
Tem pai que só pensa em negócios.
Tem...
Tem pai de todo jeito.
E você???
Que tipo de pai você é?
Eu quero um pai, apenas um pai que esteja consciente do
amor que tem para dividir...
Eu quero um pai, apenas um pai que seja AMIGO!
A todos os Pais, um carinhoso abraço! Deus Pai os abençoe!
(autor desconhecido)
Os dez mandamentos dos pais
Diga o que a criança deve fazer, em vez de dizer "não faça
isso"
Educar é corrigir. Corrigir é substituir uma forma de
reação inconveniente por uma adequada. Dizer apenas "não
faça isso" é dar uma ordem negativa. A criança tem prazer na
ação. Para desviá-la da ação inconveniente é preciso
sugerir-lhe a ação conveniente, a fim de não privá-la do
prazer de agir.
Não diga que uma coisa é má apenas porque lhe aborrece
A qualificação de uma coisa em boa ou má é importante para
a criança na formação da capacidade de julgamento. Não deve
ser feita com fundamento apenas na tendência afetiva
momentânea de quem faz. Se é má, cumpre dar a razão de modo
compreensível para a criança, e esta razão deve estar na
coisa em si e não no agrado que nos causa.
Não fale da criança em sua presença, nem pense que ela não
escuta, não observa, nem compreende
A criança se sente objetivo da atenção dos adultos, quer
quando a elogiam, quer quando a censuram, desenvolve uma
excessiva estima de si mesma, que a levará a procurar essa
atenção de qualquer maneira, e a sofrer quando não a
consegue.
Não interrompa o que uma criança está fazendo, sem avisá-la
previamente
A criança tem prazer na ação. Interrompe-la subitamente é
causar-lhe violenta emoção de natureza inibidora. Se é
necessário interrompê-la proceda de modo que se evite a
emoção de surpresa.
Não manifeste inquietação quando a criança cai, ou não quer
comer, etc. Faça o que for necessário sem se agitar e
alarmar-se
A inquietação alarmada em torno de qualquer episódio da
vida de uma criança serve, apenas, para ampliar o tom
emocional do acontecimento. Cumpre, ao contrário, considerar
as coisas com naturalidade, para que nela se desenvolva a
capacidade de dominar suas próprias emoções.
Ocupe-se dos interesses e necessidades da criança, em vez
de somente demonstrar amor acariciando-a constantemente.
O carinho físico é agradável para quem o dá e recebe, mas
pode não corresponder aos interesses e necessidades reais da
criança: Deus, amor, aceitação, significado, apreciação,
segurança, pertencer, ensino, elogios, disciplina e etc.
Vá passear com a criança, em vez de levá-la para passear.
A criança, por suas deficiências naturais, é uma
dependente. Quanto mais cedo se anular em seu espírito tal
sentimento de dependência tanto mais rapidamente se
completará o sentimento de que se basta a si mesma. "Levá-la
para passear" é colocá-la na dependência da iniciativa
alheia. "Ir com ela passear" é associa-la à iniciativa e à
ação, o que lhe dará mais prazer.
Não faça sermões morais à criança pequena
As expressões de conteúdo moral são incompreensíveis para a
criança pequena, porque são abstratas. Os "discursos" e
"sermões" que as contenham valem somente como expressão
inteligível de um estado de espírito que ela não compreende
e que a alarma.
Sempre cumpra as suas promessas.
Para a criança, prometer é começar a realizar. Se a
promessa não se cumprir, haverá uma frustração como se a
criança houvesse sido privada de alguma coisa, o que dá em
seu espírito origem à descrença.
Sempre diga a verdade para a criança.
A mentira até pode ser aceita socialmente, mas para a
criança é uma desilusão e destrói a autoridade como fonte de
conhecimentos e fonte da verdade.
Autor Desconhecido
MEU PAI: MEU AMIGO, MEU HERÓI
Quando eu tinha 7 anos, você era meu herói, sabia tudo.
Quando eu tinha 12 anos, você era legal, sabia algumas
coisas.
Quando eu tinha 17 anos, você precisava se reciclar,
evoluir um pouco.
Quando eu tinha 22 anos, você não tinha nada a ver comigo,
não me entendia.
Quando eu tinha 26 anos, você não estava com nada, estava
completamente por fora.
Aos 35 anos verifiquei que você tinha razão em algumas
coisas.
Aos 45 anos notei que você conhecia bem a vida.
Aos 55 anos percebi que durante sua vida você me havia
ensinado muitas coisas.
Aos 70 anos descobri que você, meu pai, era um sábio.
Que pena ter descoberto isto tão tarde ! Eu poderia ter
vivido bem melhor se o tivesse entendido e compreendido bem
antes !
Talvez eu consiga isto para os meus filhos e netos.
Divirta-se com seus filhos nas ferias
Divirta-se com seus filhos nas ferias
Certo pai contou que quando os seus filhos eram pequenos
eles adoravam ter a "noite da família". Eles traziam seus
colchões para o quarto do casal e dormiam no chão. Mas de
vez em quando, eles tinham uma "super-noite da família".
Esta era a noite em que todos dormiam no chão da sala. Não
havia nenhuma razão lógica para que quatro pessoas com
ótimas camas dormissem no chão, exceto que fazer isto era
divertido.
Certa vez, durante uma palestra sobre vida familiar ele
descreveu com mais detalhes a "super-noite da família": "Era
fantástico! Nós nos deitávamos no escuro em frente à
lareira, ouvindo fitas com histórias e comendo muito
chocolate. " Quando ele terminou de falar já sabia que
estava em maus lençóis ao ver um a senhora caminhando em sua
direção. Ele já havia falado em público o suficiente para
reconhecer aquele tipo de olhar a uma quadra de distância.
Ela o puxou para o canto e perguntou: "Você acha certo
incentivar as crianças a comerem chocolate antes de dormir?
Seus dentes não vão se estragar?"
Esta é uma "desmancha-prazeres" em ação. Algumas pessoas
não podem "farejar" um pouco de divertimento sem declarar
guerra à chamada "imaturidade"! É claro que não foi
satisfatória a explicação de que as crianças escovavam os
dentes depois da "bagunça".
As crianças adoram as pessoas que tem tempo não apenas para
ensiná-las, mas também para divertir-se com elas. Eu
gostaria de desafiá-los a surpreender seus filhos! Um pai
que queria economizar luz na sua casa já havia ameaçado seus
filhos de várias maneiras sem ter sucesso pois eles
continuavam deixando as luzes acesas. Até que um dia ele fez
um cartaz com o nome de cada membro da família e colou na
parede. Cada vez que uma pessoa apagava uma lâmpada que
outro deixara acesa, ganhava um "X". Após uma semana quem
possuía mais "X" ganhava 5 pontos e o jogo começava de novo.
Quando alguém atingia 30 pontos, ganhava um prêmio. Meses
depois, bastava deixar uma luz acesa por 5 segundos para que
alguém viesse correndo apagá-la. A casa ficou mergulhada na
escuridão. Todos estavam com medo de usar a eletricidade. Eu
sei o que vocês estão pensando... Que isto durou pouco
tempo. É verdade! Mas eu sei que daqui a 10 anos ou mais
quando alguém falar sobre economizar energia com estes
filhos, eles dirão: "Meu pai era doido - você nunca vai
imaginar o que ele nos fazia fazer" . E eles vão rir
novamente lembrando daquele tempo.
Raramente o divertimento é uma coisa cara. Divertimento é
montar uma barraca no fundo do quintal e dormir lá com os
filhos. É ir ao cinema durante a semana de aulas, e dizer
quando se está no trânsito: "O próximo carro que nós
ultrapassarmos vai estar sendo dirigido pelo tipo de homem
com quem a Maria vai casar" (diga aqui o nome de um dos seus
filhos) . Ao se aproximar do carro, todos procurarão ver o
motorista. As crianças certamente vão gargalhar com histeria
e você terá que procurar manter a compostura.
É claro que existem perigos potenciais em todos estes
exemplos. Você poderia pegar pneumonia dormindo no quintal;
e nós sabemos que dormir tarde durante a semana de
atividades escolares não é bom; também aquele homem no carro
poderia não gostar da brincadeira e anotar a placa do seu
carro... Mas provavelmente vale a pena, pelo menos de vez em
quando, só pelas gargalhadas que a família dará junto.
Chegará o dia em que você terá que chorar com eles. Eles
poderão ter 13 ou 33 anos e vocês colocarão os braços ao
redor um do outro e passarão juntos pelas crises da vida.
Não há lar imune a este tipo de experiência. Mas a vida
familiar precisa ser como uma tapeçaria entrelaçando tempos
difíceis com momentos de riso incontrolável. Quando eles
eram pequenos, você fazia cócegas neles para fazê-los rir...
Nunca pare.
Nas próximas férias, faça seus filhos sorrirem não porque
ganharam o presente de Natal que desejavam, mas porque vocês
viveram juntos uma situação engraçada. Procure alguma outra
criança que não teve a benção de ter pais como vocês e riam
um pouco com ela!
Deus os abençoe.
Extraído de Rob Parsons por L.R.Silvado
Diário de um adolescente
Meu Diário,
Hoje tentei conversar novamente com meu pai. Acho que não
vou falar nunca! Antes de eu conseguir dizer qualquer coisa
ele já começa a se queixar do trabalho, é engraçado como as
coisas acontecem.
Ele me pergunta como eu estou, me dá um beijo, senta no
sofá dizendo estar muito cansado. Minha mãe também não pára
um segundo, minha casa é a mais limpa que conheço, e assim
mesmo minha mãe tem coisa prá fazer o tempo todo. Não
entendo os pais.Será que são todos assim? Acho que eles
pensam que está tudo ótimo comigo!
Que bom que pelo menos encontrei amigos bacanas como o
Márcio, que ontem até deixou que eu experimentasse um trago
do cigarro dele, ele é um cara legal mesmo, até me avisou
que maconha faz mal, só que menos que o cigarro comum. Disse
que se eu quisesse arranjaria um pouco prá mim, e ainda de
graça! Acho que Deus é tão bom que quando não consigo ter
amigos em casa, ele me dá amigos tão legais quanto o Márcio.
OS PAIS MAIS CHATOS DO MUNDO
Enquanto outras crianças comiam doces no café da manhã, eu
tinha que engolir um copo de leite. Enquanto os outros
bebiam refrigerantes o dia todo, meus pais diziam: " Água ou
suco são muito mais saudáveis" . Eles insistiam em saber
onde eu estava o tempo todo. Dava até para pensar que eu era
seu pequeno escravo. Eles faziam questão de ficar a par de
tudo que eu fazia e quem eram meus amigos. Confesso,
envergonhado, que, às vezes, até levava uma pequena surra
deles. Imaginem só. Bater numa criança só porque ela
respondeu mal ou desobedeceu. Meus pais ousaram a quebrar a
lei de proteção ao menor.
Verdade! Eles me faziam trabalhar. Eu era obrigado a lavar
a louça, arrumar a minha cama e guardar as minhas roupas.
Enfim, todas essas coisas horríveis que fazem parte do meu
"trabalho doméstico" .
Eles insistiam em que eu deveria falar sempre a verdade e
nada mais do que a verdade. E diziam: "Uma mentira leva a
outra e cada vez fica mais difícil voltar a verdade". Eles
sempre me obrigavam a fazer dever de casa antes de ir
brincar e eu só tinha permissão para assistir determinados
programas de televisão que eles mesmos escolhiam. E tudo
isso sem mencionar que eu tinha que dormir cedo.
Sempre eu tinha aquela sensação de que meus pais eram os
mais chatos do mundo. Podia eu fingir que estava doente para
faltar à aula? Jamais! E ainda mais, exigia de mim boas
notas na escola. Inadmissível um vermelho no boletim.
Às sextas-feiras à noite nós tínhamos reuniões de família
(que chatice), enquanto meus amigos iam ao cinema e
organizavam festinhas. Quando adolescente poucas coisas
mudaram. Enquanto meus amigos ganhavam seus próprios carros,
eu tinha que trabalhar para poder comprar o meu. Eles
ganhavam mesada, enquanto eu tinha que prestar conta de meus
gastos. E sempre com meus pais atrás, consegui terminar o
colegial. E em seguida a faculdade. Mas meus pais jamais me
perdiam de vista, vigiando-me para que eu sempre enfrentasse
a realidade, sem jamais poder me esquivar de alguma situação
mais difícil; e, é claro sempre falar unicamente a verdade.
Meus pais obrigaram-me a crescer como adulto honesto e
educado, temente a Deus e com um amor que só hoje posso
compreender. Os pais mais chatos do mundo foram as pessoas
que me tornaram o homem respeitado de hoje. Hoje enquanto
vejo a dificuldade de alguns que obtinham tudo sem qualquer
esforço e tinham os pais bacanas e por isso dou ainda muito
mais valor aos meus pais. Eles me ensinaram a dar valor as
coisas, com eles aprendi a pensar não somente em mim, mas
também na família e nos amigos, a lutar pelos meus ideais a
dizer somente a verdade. Agora quando meus filhos chamam a
mim e a minha esposa de chatos, pelas mesmas razões, fico
tranqüilo e tenho certeza de que, algum dia, eles
compreenderão.
Carta aos pais
Rubem Alves
Também sou pai e portanto compreendo. Vocês querem o melhor
para
o filho, para a filha. A melhor escola, os melhores
professores, os
melhores colegas.
Vocês querem que filhos e filhas fiquem bem preparados para
a vida. A vida é dura e só sobrevivem os mais aptos. É
preciso ter uma boa educação.
Compreendo, portanto, que vocês tenham torcido o nariz ao
saber que a escola ia adotar uma política estranha: colocar
crianças deficientes nas mesmas classes das crianças
normais. Os seus narizes torcidos disseram o seguinte:
Se é assim que vocês pensam eu lhes digo: Tratem de mudar
sua maneira de pensar rapidamente porque, caso contrário,
vocês irão colher frutos muito amargos no futuro. Porque,
quer vocês queiram
quer não, o tempo se encarregará de fazê-los
deficientes.
É possível que na sua casa, num lugar de destaque, em meio
às peças de decoração, esteja um exemplar das Escrituras
Sagradas. Em regra a Bíblia está lá por superstição. As
pessoas acreditam que Deus vai proteger. Se assim fosse,
melhor que seguro de vida seria levar uma Bíblia sempre no
bolso. Não sei se vocês a lêem. Deveriam. E sugiro um poema
sombrio, triste e verdadeiro do livro de Eclesiastes. O
autor, já velho, aconselha os moços a pensar na velhice.
Lembra-te do Criador na tua mocidade, antes que cheguem os
dias das dores e se aproximem os anos dos quais dirás: "Não
tenho mais alegrias..." Antes que se escureça a luz do sol,
da lua e das estrelas e voltem as nuvens depois da chuva...
Antes que os guardas da casa comecem a tremer e os homens
fortes a ficar curvados... Antes que as mós sejam poucas e
pararem de moer... Antes que a escuridão envolva os que
olham pelas janelas... Antes que as pessoas se levantem com
o canto dos pássaros... Antes que cessem todas as canções...
Então se terá medo das alturas e se terá medo de andar nos
caminhos planos... Quando a amendoeira florescer com suas
flores brancas, quando um simples gafanhoto ficar pesado e
as alcaparras não tiverem mais gosto... Antes que se rompa o
fio de prata e se despedace a taça de ouro e se quebre o
cântaro junto à fonte e se parta a roldana do poço e o pó
volte à terra... Brumas, brumas, tudo são brumas...
(Eclesiastes 12: 1-8)
Os semitas eram poetas. Escreviam por meio de metáforas.
Metáfora é uma palavra que sugere uma outra. Tudo o que está
escrito nesse poema se refere a você, a mim, a todos. Antes
que se escureça a luz do sol... Sim, chegará o momento em
que os seus olhos não verão como viam na mocidade. Os seus
braços ficarão fracos e tremerão no seu corpo curvo. As mós
- seus dentes - não mais moerão por serem poucos. E a cama
pela manhã, tão gostosa no tempo da mocidade, ficará
incômoda. Você se levantará tão cedo quanto os pássaros e
terá medo de andar por não ver direito o caminho. É preciso
ser prudente porque os velhos caem com facilidade por causa
de suas pernas bambas e podem quebrar a cabeça do fêmur.
Pode até ser que você venha a precisar de uma bengala. Por
acaso os moinhos pararão de moer? Não, os moinhos não param
de moer. Mas você parará de ouvir. Você está surdo. Seu
mundo ficará cada vez mais silencioso. E conversar ficará
penoso. Você verá que todos estão rindo. Alguém disse uma
coisa engraçada. Mas você não ouviu. Você rirá, não por ter
achado graça, mas para que os outros não percebam que você
está surdo. Você imaginou uma velhice gostosa. E até comprou
um sítio com piscina e árvores. Ah! Que coisa boa, os netos
todos reunidos no "Sítio do Vovô", nos fins de semana!
Esqueça. Os interesses dos netos são outros. Eles não gostam
de conviver com deficientes. Eles não aprenderam a conviver
com deficientes. Poderiam ter aprendido na escola mas não
aprenderam porque houve pais que protestaram contra a
presença dos deficientes.
A primeira tarefa da educação é ensinar as crianças a serem
elas mesmas. Isso é extremamente difícil. Fernando Pessoa
diz: Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os
desejos dos outros fizeram de mim. Frequentemente as escolas
esmagam os desejos das crianças com os desejos dos outros
que lhes são impostos. O programa da escola, aquela série de
saberes que as professoras tentam ensinar, representa os
desejos de um outro, que não a criança. Talvez um burocrata
que pouco entende dos desejos das crianças. É preciso que as
escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus
sonhos!
A segunda tarefa da educação é ensinar a conviver. A vida é
convivência com uma fantástica variedade de seres, seres
humanos, velhos, adultos, crianças, das mais variadas raças,
das mais variadas culturas, das mais variadas línguas,
animais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em meio a
essa diversidade. E parte dessa diversidade são as pessoas
portadores de alguma deficiência ou diferença. Elas fazem
parte do nosso mundo. Elas têm o direito de estar aqui. Elas
têm direito à felicidade. Sugiro que vocês leiam um livrinho
que escrevi para crianças, faz muito tempo: Como nasceu a
alegria. É sobre uma flor num jardim de flores maravilhosas
que, ao desabrochar, teve uma de suas pétalas cortada por um
espinho. Se o seu filho ou sua filha não aprender a conviver
com a diferença, com os portadores de deficiência, e a ser
seus companheiros e amigos, garanto-lhes: eles serão pessoas
empobrecidas e vazias de sentimentos nobres. Assim, de que
vale passar no vestibular?
Li, numa cartilha de curso primário, a seguinte estória:
Viviam juntos o pai, a mãe, um filho de 5 anos, e o avô,
velhinho, vista curta, mãos trêmulas. Às refeições, por
causa de suas mãos fracas e trêmulas, ele começou a deixar
cair peças de porcelana em que a comida era servida. A mãe
ficou muito aborrecida com isso, porque ela gostava muito do
seu jogo de porcelana. Assim, discretamente, disse ao
marido: Seu pai não está mais em condições de usar pratos de
porcelana. Veja quantos ele já quebrou! Isso precisa
parar... O marido, triste com a condição do seu pai mas, ao
mesmo tempo, sem desejar contrariar a mulher, resolveu tomar
uma providência que resolveria a situação. Foi a uma feira
de artesanato e comprou uma gamela de madeira e talheres de
bambu para substituir a porcelana. Na primeira refeição em
que o avô comeu na gamela de madeira com garfo e colher da
bambu o netinho estranhou. O pai explicou e o menino se
calou. A partir desse dia ele começou a manifestar um
interesse por artesanato que não tinha antes. Passava o dia
tentando fazer um buraco no meio de uma peça de madeira com
um martelo e um formão. O pai, entusiasmado com a revelação
da vocação artística do filho, lhe perguntou: O que é que
você está fazendo, filhinho? O menino, sem tirar os olhos da
madeira, respondeu: Estou fazendo uma gamela para quando
você ficar velho...
Pois é isso que pode acontecer: se os seus filhos não
aprenderem a conviver numa boa com crianças e adolescentes
portadores de deficiências eles não saberão conviver com
vocês quando vocês ficarem deficientes. Para poupar trabalho
ao seu filho ou filha sugiro que visitem uma feira de
artesanato. Lá encontrarão maravilhosas peças de madeira...
(Correio Popular,
09/02/03)
A TIGELA DE MADEIRA
Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o
netinho de quatro anos de idade.
As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus
passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a
visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando
pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho
da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da
família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida
agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às
vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as
únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas
quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho
pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
O menino respondeu docemente:
- "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem,
quando eu crescer."
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao
trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que
eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de
seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam
o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô
pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas
as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a
esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite
era derramado ou a toalha da mesa sujava.
Quanto vale uma hora de seu tempo
Quanto vale uma hora de seu tempo
- Um menino, com voz timida e os olhos cheios de admiração, pergunta
ao pai , quando este retorna do trabalho:
- Pai, quanto o senhor ganha por hora?
- O pai, num gesto severo, responde: Escuta aqui meu filho, isto nem
a sua mãe sabe. Não me amole, estou cansado!
- Mas o filho insiste: Mas papai, por favor, diga quanto o senhor
ganha por hora?
- A reação do pai foi menos severa e respondeu: Três reais por hora.
- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?
- O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade,
respondeu: Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá
dormir e não me amole mais!
- Já era noite quando o pai começou a pensar no que havia
acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse
comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doida, foi até o
quarto do menino e, em voz baixa, perguntou: Filho, está dormindo?
- Não, papai! - o garotorespondeu sonolento e choroso.
- Olha, aqui está o dinheiro que me pediu: Um real.
- Muito obrigado papai! - disse o filho, levantando-se e retirando
mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama. Agora já
completei, papai! Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu
tempo?
(Autor desconhecido)
TOQUES DE TERNURA
SER PAI É MELHOR DO QUE UM CURSO DE TEOLOGIA.
"Papai."
A voz vinha do outro mundo - o mundo do despertar. Eu a ignorei e continuei
no mundo do dormitar.
"Papai", a voz insistiu.
Abri os olhos. Andrea, nossa filha de três anos, estava à beira da minha
cama, a poucos centímetros do meu rosto.
"Papai, eu estou com medo!"
Abri o olho. Eram três horas da manhã.
"O que está acontecendo?"
"Preciso de uma lanterna no meu quarto."
"O quê?"
"Preciso de uma lanterna no meu quarto!"
"Por quê?"
"Porque está escuro."
Disse-lhe que as luzes do corredor estavam acesas. "Mas papai", objetou, "o
que acontece se eu abrir os meus olhos e não enxergar nada?"
"Diga de novo."
"O que acontece se eu abrir os meus olhos e não enxergar nada?"
Quando eu estava para dizer a Andrea que aquela não era uma hora apropriada
para esse tipo de pergunta, minha mulher interrompeu a conversa. Ela me
explicou que por volta de meia-noite faltou energia e que Andrea deve ter
acordado naquela hora, notando que estava escuro. Não havia luz no abajur
da cabeceira. Não havia luz no corredor. Ela havia aberto os olhos e não
vira nada. Somente escuridão.
Mesmo os corações mais empedernidos seriam tocados pela idéia de uma
criança acordar no escuro e não poder encontrar a saída de seu quarto.
Pulei da cama, peguei Andrea nos braços, apanhei uma lanterna e a levei
para sua cama. Ao mesmo tempo, disse-lhe que papai e mamãe estavam ali e
que não precisava ter medo. Eu a coloquei na cama e lhe dei um beijo.
E isso foi o suficiente para Andrea.
O sentimento de minha filha é ferido. Eu lhe digo que ela é especial.
Minha filha está com medo. Não vou dormir até que ela se sinta segura.
Não sou nenhum herói. Não sou um super-homem. Não sou diferente de ninguém.
Sou um pai. Quando uma criança se fere, o pai faz o que é natural. Ele ajuda.
E depois que ajudo, não cobro pelos serviços prestados. Não peço um favor
sequer como recompensa. Quando minha filha chora, não lhe digo para calar a
boca, ser forte e conservar os lábios cerrados. Também não consulto uma
lista de coisas que lhe aconteceram e pergunto por que continua a ferir-se
no mesmo lugar e a me acordar de novo.
Não sou brilhante, mas ninguém precisa me dizer que uma criança não é um
adulto. Você não precisa ser psicólogo infantil para saber que uma criança
está em processo de crescimento.
Não sou profeta, nem filho de profeta, mas algo me diz que, no esquema
geral das coisas, os momentos de ternura acima citados são infinitamente
mais valiosos do que qualquer coisa que faça diante de uma tela de
computador ou uma congregação. Algo me diz que os momentos de conforto que
dou a meus filhos são um preço muito pequeno pela alegria de algum dia ver
minha filha fazer por sua filha o que seu pai fez por ela.
Momentos do conforto proporcionados por um pai. Como pai, posso lhe dizer
que são os momentos mais agradáveis do meu cotidiano. Eles correm
naturalmente. São feitos com boa vontade. Trazem sempre muita alegria.
Se tudo isso é verdade, se reconheço que um dos privilégios da paternidade
é confortar um filho, por que, então, hesito em permitir que o Pai celeste
me conforte?
Por que penso que Ele não quer me ouvir falar em meus problemas? (Eles são
insignificantes se comparados com as populações famintas da Índia.)
Por que penso que Ele não tem tempo para mim? (Ele tem o universo inteiro
para cuidar.)
Por que acho que Ele está cansado de ouvir sempre as mesmas coisas?
Por que penso que resmunga quando nota que estou chegando perto dele?
Por que acho que consulta uma lista quando lhe peço perdão e me pergunta:
"Você não acha que está caindo no mesmo buraco com muita freqüência?"
Por que acho que tenho que usar com Ele uma linguagem sagrada que não uso
com ninguém mais?
Por que acho que Ele não pensa em relação ao pai da mentira o que eu pensei
em fazer com os pais daqueles meninos arruaceiros que ameaçaram minha filha
no ônibus?
Penso que estava sendo apenas poético quando me perguntou se as aves do céu
e a erva do campo têm preocupações? (Não, senhor.) E se eles não têm
preocupações, por que eu devo ter?
Por que não levo à sério quando Ele pergunta: "Se vós, pois, sendo maus,
sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está
no céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?"
Por que não permitir que meu Pai faça por mim o que estou mais do que
desejoso de fazer por meus próprios filhos?
Estou aprendendo, entretanto. Ser pai é melhor do que um curso de teologia.
Ser pai me ensina que, quando sou criticado, ferido, amedrontado, há um Pai
pronto a me confortar. Há um Pai que me sustenta nos braços até eu me
sentir melhor, que me ajuda até que eu possa viver com o ferimento, e que
não dormirá quando estou com medo de acordar e ver a escuridão.
Sempre.
E isso é o bastante.
(Autor desconhecido)
Pai e futebol
Pai e futebol. Estas duas palavras sempre combinaram muito bem.
Talvez seja por isso que exista sobre a face da Terra temperamentos de
papais que se identificam perfeitamente com o esporte das multidões.
Há aqueles que marcam os filhos bem de perto. Existem outros que deixam
seusrebentos em completo impedimento, podando suas mais simples
aspirações.
Há os pais técnicos, cheios de estratégias para o futuro dos garotos. Tem
aqueles "mascarados" que não dão a mínima bola para seus gurís. Outros,
pelo contrário vivem tabelando com a filharada até a boca do gol.
Existem pais que estão sempre na retranca e há aqueles que a toda hora
correm para o abraço. Tem os pais goleiros que seguram firme todas as
barras e os pais centroavantes que estão sempre driblando os obstáculos do
tempo para cumprir seu destino.
No campo de futebol chamado lar tem o pai que divide...o que catimba...o
que faz lançamentos(bancários)... o que vive dando cartões amarelos
quando a meninada chega de madrugada...e há até o pai gandula que corre
feito doido para que o jogo dos filhos não pare.
Quando o dia dos pais chegar, faça de conta que ele acabou de marcar um
gol...um gol, não. Um golaço! E comemore com muita alegria.
(Autor desconhecido)
Um conto sobre os pais
Artur Azevedo foi o melhor autor de com‚dias para teatro do final
do s‚culo passado. At‚ sua morte, em 1908, aos 53 anos, arrancava
risadas das plat‚ias do Rio de Janeiro, então capital do pa¡s. Irmão
de Alu¡sio Azevedo - autor de "O Corti‡o" e um dos maiores
romancistas brasileiros - ele escreveu quase 200 pe‡as maliciosas e
sarc sticas. H quem prefira, entretanto, seus textos curtos. No
"Plebiscito", publicado em 1894, Artur Azevedo satiriza a atitude
dos adultos quando flagrados na sua desinforma‡ão sobre assuntos
que dão status, como pol¡tica.
"Plebiscito"
A cena passa-se em 1890.
A família est toda reunida na sala de jantar.
O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de
balan‡o. Acabou de comer como um abade.
Dona Bernardina, sua esposa, est muito entretida a limpar a gaiola
de um can rio belga.
Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a
olhar para o can rio. Ele, encostado … mesa, os p‚s cruzados, lˆ com
muita aten‡ão uma das nossas folhas di rias.
Silˆncio.
De repente, o menino levanta a cabe‡a e pergunta:
- Papai, o que ‚ plebiscito?
O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que
dorme.
O pequeno insiste:
- Papai?
Pausa:
- Papai?
Dona Bernardina interv‚m:
- O seu Rodrigues, Manduca est lhe chamando. Não durma depois
do jantar que lhe faz mal.
O senhor Rodrigues não tem rem‚dio senão abrir os olhos.
- Que ‚? Que desejam vocˆs?
- Eu queria que papai me dissesse o que ‚ plebiscito.
- Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o
que ‚ plebiscito?
- Se soubesse não perguntava.
O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua
muito ocupada com a gaiola:
- O senhora, o pequeno não sabe o que ‚ plebiscito!
- Não admira que ele não saiba, porque eu tamb‚m não sei.
- Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que ‚ plebiscito?
- Nem eu, nem vocˆ, aqui em casa ningu‚m sabe o que ‚ plebiscito.
- Ningu‚m alto l ! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum
ignorante!
- A sua cara não me engana. Vocˆ ‚ muito prosa. Vamos: se sabe,
diga o que ‚ plebiscito! Então? A gente est esperando! Diga!
- A senhora o que quer ‚ enfezar-me!
- Mas, homem de Deus, para que vocˆ não h de confessar que não
sabe? Não ‚ nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. J outro
dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era
prolet rio. Vocˆ falou, e o menino ficou sem saber!
- Prolet rio, acudiu o senhor Rodrigues, ‚ o cidadão pobre que vive
do trabalho mal remunerado.
- Sim, agora sabe porque foi ao dicion rio; mas dou-lhe um doce, se
me disser o que ‚ plebiscito sem se arredar dessa cadeira!
- Que gostinho tem a senhora em tornar-me rid¡culo na presen‡a
destas crian‡as!
- Oh! Rid¡culo ‚ vocˆ mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer:
- Não sei, Manduca, não sei o que ‚ plebiscito; vai buscar o
dicion rio, meu filho.
O senhor Rodrigues ergue-se de um ¡mpeto e brada:
- Mas eu sei!
- Pois se sabe, diga!
- Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o
bra‡o a torcer! Quero conservar a for‡a moral que devo ter nesta
casa!
E o senhor Rodrigues, exasperad¡ssimo, nervoso, deixa a sala de
jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.
No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas
gotas de gua de flor de laranja e um dicion rio...
A menina toma a palavra:
- Coitado do papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que ‚
tão perigoso!
- Não fosse tolo - observa D. Bernardina - e confessasse francamente
que não sabia o que ‚ plebiscito!
- Pois sim - acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador
involunt rio de toda aquela discussão; - pois sim, mamãe; chame
papai e fa‡am as pazes.
- Sim, sim, fa‡am as pazes! - Diz a menina em tom meigo e
suplicante. - Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto
zangarem-se por causa do plebiscito!
Dona Bernardina d um beijo na filha, e vai bater … porta do quarto:
- Seu Rodrigues, venh sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão
pouco.
O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele
entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balan‡o.
- boa - brada o senhor Rodrigues depois de largo silˆncio -
muito boa! Eu, eu ignorar a significa‡ão da palavra plebiscito! Eu!..
A mulher e os filhos aproximam-se dele.
O homem continua num tom profundamente dogm tico:
- Plebiscito...
E olha para todos os lados a ver se h por ali mais algu‚m que possa
aproveitar a li‡ão.
- Plebiscito ‚ uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em
com¡cios.
- Ah! - suspiram todos, aliviados.
- Uma lei romana, percebem! E querem introduz¡-la no Brasil!
mais um estrangeirismo!...
Pais felizes
Alguns tem atribuído a Mark Twain a seguinte frase:
"Quando eu era um garoto de 14 anos, meu pai era tão
ignorante que eu não agüentava ficar perto dele. Mas
quando eu fiz 21 anos eu fiquei boquiaberto ao constatar
o quanto meu velho tinha aprendido em 7 anos."
A atitude das crianças para com seus pais muda à medida que
elas crescem. Muitos jovens demonstram pouco ou nenhum respeito
por seus pais. É desalentador constatar isto! Mas no processo
de amadurecimento muitos deles começam a reconhecer que o pai e
a mãe sabiam muito mais do que eles imaginavam.
Por outro lado, alguns jovens se arrependem profundamente
ao entenderem que se tivessem seguido o conselho dos pais, eles
poderiam ter evitado muito sofrimento, tanto para eles quanto
para sua família. A Bíblia nos diz: "Filhos, obedeçam seus pais
no Senhor, porque isto é bom. ‘Honra a teu pai e a tua mãe’, é
o primeiro mandamento com promessa: para que tudo corra bem
para você, e você viva muito tempo na terra." (livro de Efésios
capítulo 6 versos 1 a 3). O livro de Provérbios aconselha:
"Escute o seu pai, pois você lhe deve a vida! O pai que tem um
filho correto e sábio ficará muito feliz e se orgulhará dele"
(livro de Provérbios, capítulo 23, versos 22 e 24).
Agora minha palavra é para você que é pai ou mãe: Não
desanime! Continue a instruir e corrigir seu filho. A
disciplina não é bem entendida, nem aceita no momento, mas os
frutos virão depois. Nossa geração tem pecado por querer ser
"amiga" de nossos filhos, o que não é totalmente errado. Mas
"amigos" eles podem ter muitos, e "pais", só nós. Se nós não
desempenharmos nosso papel educando-os, colocando limites,
eles vão sofrer mais tarde - serão desajustados e como diz o
livro de Provérbios "serão vergonha para nós".
Que Deus nos ajude a sermos bons filhos e bons pais!
Hedy Silvado
Meu filho, perdoe o papai
W. Livingston Larned
Escute, filho: enquanto falo isso, você está deitado, dormindo, uma
mãozinha enfiada debaixo do seu rosto, os cabelinhos molhados de suor
grudados na testa. Entrei sozinho e sorrateiramente no seu quarto.
Há minutos atrás, enquanto eu estava sentado lendo meu jornal na sala,
fui assaltado por uma onda sufocante de remorso. E, sentido-me culpado,
vim para ficar ao lado de sua cama. Andei pensando em algumas coisas,
filho: Tenho sido intransigente com você. Na ora em que se trocava para
ir à escola, ralhei com você por ter atirado alguns de seus pertences no
chão. Durante o café da manhã, também impliquei com alguma coisa. Você
derramou o café fora da xícara. Não mastigou a comida. Pôs o cotovelo
sobre a mesa. Passou manteiga demais no pão. E quando começou a brincar
e eu estava saindo para trabalhar , você se virou, abanou a mão e disse:
"Tchau, papai" e, franzindo o cenho, em resposta lhe disse: "Endireite
esses ombros!"
De tardezinha tudo recomeçou. Voltei e quando cheguei perto de casa vi-o
ajoelhado, jogando bolinha de gude. Suas meias estavam rasgadas.
Humilhei-o diante de seus amiguinhos fazendo-o entrar na minha frente:
"As meias são caras - se você as comprasse tomaria mais cuidado com
elas!"
Imagine isso, filho, dito por um pai!
Mais tarde, quando eu lia meu jornal, lembra-se de como me procurou,
timidamente, uma espécie de mágoa impressa nos seus olhos? Quando
afastei meu olhar do jornal, irritado com a interrupção, você parou à
porta: "O que é que você quer?" perguntei, implacável.
Você não disse nada, mas saiu correndo num ímpeto na minha direção,
passou seus braços em torno do meu pescoço e me beijou; seus braços
foram se apertando com uma afeição pura que Deus fazia crescer em seu
coração e que nenhuma indiferença conseguiria extirpar. A seguir
retirou-se, subindo correndo os degraus da escada.
Bom, meu filho, não passou muito tempo e meus dedos se afrouxaram, o
jornal escorregou por entre eles, e um medo terrível e nauseante tomou
conta de mim. Que estava o hábito fazendo de mim? O hábito de ficar
achando erros, de fazer reprimenda - era dessa maneira que eu o vinha
recompensando por ser uma criança. Não que não o amasse; o fato é que eu
esperava demais da juventude. Eu o avaliava pelos padrões da minha
própria vida. E havia tanto de bom, de belo e de verdadeiro no seu
caráter. Seu coraçãozinho era tão grande quanto o sol que subia por
detrás das colinas. E isto eu percebi pelo seu gesto espontâneo de
correr e de dar-me um beijo de boa noite. Nada mais me importa nesta
noite, filho. Entrei na penumbra do seu quarto e ajoelhei-me ao lado de
sua cama, envergonhado!
É uma expiação inútil; sei, se você estivesse acordado, não
compreenderia essas coisas. Mas amanhã eu serei um pai de verdade! Serei
seu amigo, sofrerei quando você sofrer, rirei quando você rir. Morderei
minha língua quando palavras impacientes quiserem sair pela minha boca.
Eu irei dizer e repetir, como se fosse um ritual: "Ele é apenas um menino
- um menininho!"
Receio que o tenha visto até aqui como um homem feito. Mas, olhando-o
agora, filho, encolhido e amedrontado no seu ninho, certifico-me de que
é um bebê. Ainda ontem esteve nos braços de sua mãe, a cabeça deitada no
ombro dela. Exigi muito de você, exigi muito.
Meu filho, perdoe o papai.
Ser Pai
Átila
Ouvi um amigo falando sobre uma pesquisa que viu na TV. Ela procurava
captar as opiniões sobre a pessoa do "pai", entre adolescentes e jovens.
O que impressionou foi que as respostas mostraram que o nervosismo
parece ser "um gene" dos pais. Quando chegam em casa, começam a implicar
e distribuir, aos filhos, nervosismo e comentários negativos sobre o
quarto desarrumado, o tênis fora do lugar, a ociosidade que contrasta
com a sua aplicação em angariar subsídios financeiros para que o LAR
continue funcionando! Parece ser verdade, olhando para minha própria
vida familiar! Tenho que ser honesto e confessar isso! A segunda
pergunta da pesquisa tentava destacar as qualidades do pai. Respostas
como "Muito responsável", "Honesto", "Sério", "Supridor eficaz das
nossas necessidades", apareceram na maioria das participações. Somente
uma pessoa declarou que a maior qualidade do pai era "ser amigo, meu
amigo"...
Nossa tendência natural é querer suprir e suprir e suprir necessidades
materiais, enquanto nosso maior tesouro vai se esvaindo com a passagem
dos anos: nossa vida , a maior influência que um pai pode ter em seus
filhos!
A sociedade tem seu "jogo de sedução" bem definido e flerta
descaradamente com cada pai, tentando-o para que busque a aprovação de
outros, a admiração de outros, que mostre a todos o quanto foi capaz de
conseguir, de possuir, as paredes repletas de diplomas, aval de sua
distinção em meio a milhares de pais menos afortunados, as roupas de
seus filhos, a quantidade de televisores em sua casa, os celulares, os
carros novos, o colégio pago, os presentes caros que outros não podem
ofertar aos seus. Porém essa postura o privará de compartilhar a riqueza
que não pode ser aferida, o tesouro que se perpetuará por gerações, o
legado que nunca deixará o lugar onde as coisas não podem fazer
diferença: o coração dos filhos.
Podemos ver nisso uma justificativa plausível para a imaturidade de
nossos adolescentes e jovens no que se refere a relacionamentos e valores
perenes de vida. Falta-lhes a figura do pai que orienta, que compartilha
vida, enquanto opta por menos horas no trabalho se mostra humano para
com seus filhos, acessível, ensina como tratar as dificuldades na
prática, tem tempo para afagar os seus queridos abrindo um dos lugares
mais cobiçados por adolescentes e jovens do Brasil e do mundo: o colo.
Sem dúvidas, esses pais que hoje optaram por:
. um estilo de vida mais simples,
. afugentar o "canto de sereia" da Sociedade de consumo,
. viver a vida ao lado dos seus filhos
irão colher resultados maravilhosos e eternos onde uma imensa multidão
de bem sucedidos seres sociais têm fracassado: em sua família.
Deixo você pensando nas palavras de Jesus no livro de Lucas, capítulo 12
verso 15.
"... porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que
ele possui"
Amigo de paternidade, em que está consistindo sua vida?
Ninguém despreza o valor do dinheiro e a importância dos
bens, mas para onde essa corrida frenética atrás do vil
metal tem levado você em termos de família?
Seus filhos vão lembrar de você pelo quê?
Qual tem sido o legado emocional e espiritual que você
tem construído para seus filhos?
Sugestão : Convide seus filhos, mesmo os casados, para
um jantar íntimo e um bate-papo e se submeta à avaliação
deles. Pode ser difícil para você, mas posso afirmar,
por experiência própria, que ninguém se levantará
daquela mesa igual! Com a ajuda de Deus (peça a Ele),
você poderá reordenar sua vida para que o tempo perdido seja
recuperado rapidamente .
Feliz Dia dos Pais!
Obrigado pela visita e volte sempre!
Envie carta para Valter Junior
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