Sabor do Saber - João Figueiredo - PRECONCEITOS
 O preconceito, como o próprio termo indica, é o conceito antecipado e sem fundamento razoável. É uma opinião genérica, formada sem reflexão; é, portanto, um produto da ignorância humana. Tratado nos últimos tempos como uma marca infamante, denunciadora de postura reacionária, vaidosa e autoritária, os preconceitos normalmente não são assumidos pelos seus detentores, exceto por radicais como os “Skinheads”.  Alguns setores da sociedade, por suas peculiaridades, possuem um número maior de pessoas preconceituosas entre seus integrantes: os militares, algumas correntes religiosas (cristãs e não-cristãs), entidades voltadas para a defesa de interesses das elites, etc. É fato constatado, porém, que quando o nível intelectual desses grupos se eleva, os preconceitos vão se reduzindo – muito embora haja pessoas com nível intelectual elevado que, porém, não mudam suas posturas conservadoras cristalizadas.  O preconceito contra os negros embasa-se na idéia de que estes seriam inferiores aos brancos em inteligência e capacidade intelectual; nossos padrões de beleza física, então, como uma variante desse preconceito, priorizam, via de regra, características estéticas da raça branca. O preconceito de virgindade tem origem na crença de que ao se relacionar sexualmente o organismo da mulher absorve e incorpora definitivamente substâncias do organismo do homem, além da idéia de que o homem é dono da mulher – o fato de uma mulher já ter sido “posse” de outro homem seria uma ameaça à idéia de exclusivismo; há um dito popular que expressa esse pensamento: “mulher que conhece dois sem três não fica” (retiramos a rima impublicável).  Contra os judeus há o preconceito de que todos eles são avarentos, capazes de praticar atrocidades pelo dinheiro. Os homossexuais masculinos sofrem o preconceito contra seus comportamentos afeminados (trata-se, neste caso, de um preconceito indireto contra as mulheres que são consideradas inferiores aos homens); o homossexual masculino é discriminado porque optou por fazer o papel de mulher nas relações íntimas. O preconceito contra instituições e práticas religiosas, tem como princípio que as “outras” religiões ou “seitas” são inferiores à do preconceituoso – a denominação de “seita” é, por si mesma, uma nítida expressão de preconceito religioso.  O preconceito contra o pobre tem sua origem na visão capitalista de que as diferenças sociais são exclusivamente resultado das diferenças de talento e capacidade individuais – o pobre seria pobre por ser incompetente; o mesmo ocorre com o analfabeto (ou sem-títulos acadêmicos).  Existem inúmeros outros preconceitos, muitos deles camuflados nas práticas sociais, políticas e culturais. Alguns, por vezes, despontam em brincadeiras
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