Programa da PBH promove inclusão através do esporte Edson Junior (com fotos de Isabel Baldoni) Os jogos paraolímpicos de Atenas, em 2004, mostraram o grande potencial dos atletas portadores de deficiência brasileiros. Em Belo Horizonte, um programa da Prefeitura estimula a prática de esportes nesse segmento e contribui para a inclusão social dessas pessoas. Criado no final da década de 80, o programa "Superar" ganhou novo fôlego a partir de 1994, quando deixou de ser um programa de promoção de eventos esportivos esporádicos para se tornar um parceiro das entidade das pessoas com deficiência, transformando o esporte numa questão social. Com essa mudança, o programa passou a dialogar com as entidades para que estimulassem os seus associados a realizar atividades físicas. O programa criou as condições para isso utilizando os espaços de lazer da própria Prefeitura, como o Parque Municipal, o Parque das Manbgabeiras e algumas praças da cidade. Paralelamente, foram estabelecidas parcerias com clubes como o Mackenzi, Palmeiras, Jaraguá e as academias de polícia civil e militar. O "Superar" atua ainda em parceria com as escolas tanto especiais como regulares em que há alunos portadores de deficiência, prestando assessoria técnica aos professores. "Nossa idéia é que a pessoa com deficiência pratique atividades físicas também junto com os seus colegas de escola e é para isso que trabalhamos nessa parceria", destaca o coordenador do "Superar", Élvio Feliciano. "Algumas 3escolas especiais sequer tinham a educação física e nós conseguimos mudar essa realidade", completa o professor de educação física Jairo Gontijo, que atua no programa dando aulas de natação e voleibol. Atualmente, mais de 400 pessoas com deficiência são atendidas diretamente pelo programa "Superar", através do Centro de Referência Esportiva para Pessoas Portadoras de Deficiência (Creped), inaugurado há dois anos pela Prefeitura. Localizado na avenida NOssa Senhora de F[átima, 2283, no bairro Carlos Prates, região noroeste da capital, o centro esportivo conta com quadra poliesportiva, uma piscina infantil e outra, com aquecimento, para adultos, salão multi-uso para a prática de tênis de mesa, judô, taishishuan, etc. Além do esporte, o Centro de Referência promove atividades culturais e aulas de música e dança. O centro oferece ainda atividades para os pais dos alunos enquanto esperam seus filhos que estão na educação física. Maria Aparecida Horta, mãe da adolescente Tatiana Horta, portadora de disritimia cerebral, acredita que o Centro de Referência Esportiva era o que faltava para o desenvoolvimento físico e social das pessoas com esse tipo de deficiência. "Minha filha desenvolveu muito na parte social através do esporte e das outras atividades desenvolvidas no centro", afirma a mãe. "Na escola, eles até tinham essa abordagem, mas o espaço físico era muito pequeno. Isso aqui era mesmo o que faltava." A opinião é compartilhada por Valquíria Ribeiro, cuja filha Blenda, que tem síndrome de Down, frequenta o Creped desde sua inauguração. "Minha filha se tornou mais independente. Sem este espaço, as crianças provavelmente estariam em casa vendo televisão", ressalta ela. "Os professores são carinhosos, atenciosos, mas sempre cobram responsabilidades e colocam limites, o que é ótimo para nós pais", completa. "Os professores são amigos dos nossos filhos", destaca Maria Damiana Lopes, mãe de Tiago, que também tem síndrome de Down. "Antes de vir aqui, o Tiago não se interessava por esportes, nem mesmo jogar bola. Agora o interesse dele aumentou muito", acrescenta.