Última Chance: Capítulo 1. Eu sempre tive muitas vontades para realizar, e sempre desejei mostrar ao mundo que eu era capaz sim de conquistar todos os meus sonhos. Embora não tivesse desde pequena, alguém próxima a mim a não ser minhas primas e tia, que acreditassem que eu poderia alcançar um lugar no mundo, eu nunca desisti, e acredito que não seria este o momento de fazê-lo. Agora contarei um pouco de minha história, pois me encontro prestes a realizar uma viagem, e a minha última chance de poder realizar sonhos talvez esteja bem aqui. O meu nome é Cristina, eu tenho 15 anos e tenho uma outra irmã. Ao longo de minha infância, eu cresci vendo minha irmã conquistando tudo que ela desejava e meus pais aplaudindo suas vitórias, e cresci sem nem um carinho problemática buscando encontrar uma base para apoiar meus pés no chão. Minha tia e minhas primas, sempre fizeram presença em minha vida, e sempre estavam ao meu lado quando necessitava seja por motivo de doença, ou seja por motivo das poucas vitórias que eu consegui obter ao longo do tempo. Eu cresci e aos 12 anos deixei a casa de meus pais, e fui morar com minha tia, e minha mãe nunca me perdoou por isto. Depois uma de minhas primas decidiu estudar em outra cidade e eu fui junto a ela, na tentativa de um futuro melhor. Sempre fui uma boa aluna e nunca tive nem uma reclamação na escola, modesta a parte, sempre fui bonita e poderia ter quem quisesse aos meus pés, e mesmo que eu não quisesse, sempre vários meninos do colégio estavam por perto me rondando, na tentativa de ficarem comigo algum dia. Me lembro como se fosse ontem, que eu estava na escola naquela manhã, quando um menino novato se aproximou de mim na fila da cantina na hora do recreio, logo eu percebi que ele não tirava os olhos de mim, e percebi que ele tentava disfarçar, depois que eu comprei meu lanche e sai, ele ainda me seguiu com os olhos até me perder de vista. A partir daquele dia, eu via ele sempre fazendo amizade com todos, e também via o quanto ele me olhava mais e mais, e espremia suas vontades e desejos com o olhar. Certo dia, ele se aproximou de mim, e começamos a conversar. Nossa conversa se estendeu e depois da aula fomos para uma sorveteria onde passamos a tarde juntos, eu fui me aproximando a cada dia mais dele, e logo começamos a ficar, e muita gente o invejava por ter conseguido me conquistar. Durante muito tempo, ficamos juntos e foi maravilhoso, no entanto logo algo aconteceu. Eu estava em minha casa, e então passei muito mal, sentia muitas dores e acabei por desmaiar. Minha prima assustada chamou um resgate que me levou ao hospital da cidade. Ao chegar, os médicos inicialmente não sabiam o que eu tinha e após despertar, me encaminharam para um neurologista. O doutor Fábio veio me atender e muito atencioso, me explicou todos os procedimentos de exames que iriam utilizar para fazerem em mim, e eu aceitei tranquilamente, jamais pensei que poderia dar um resultado ao qual deu. De repente, minha prima sai da sala dele com lagrimas nos olhos, me abraça forte e diz que me ama muito, eles me internam ainda sem dizer o que eu tinha e ainda naquele dia, minha tia vem para junto de nós. Ao chegar e conversar com o doutor Fábio, ela vem falar comigo. Sempre eu e a tia Carla, tivemos um diálogo impressionante, o que eu nunca tive com minha mãe, eu acabei tendo com ela. Naquele dia, ela me explicou que meus exames deram uma alteração leve, e que eu iria ficar bem, mas precisava ficar alguns dias no hospital. Parecia que levemente ela iria me preparando para o que viria pela frente, para que eu não ficasse mais problemática do que eu já era ou poderia ter sido. Passei 3 dias no hospital, e sempre ninguém falava nada sobre minha doença, e um dia eu escutei uma conversa do doutor com minha tia, ele dizia a ela, que não me dava muitas chances para sobreviver, embora não soubesse a extensão do problema, ele acreditava que por meus fatos passados, eu iria entrar em constante depressão quando viesse a saber, e isto seria fatal. Por outro lado, não poderiam me manter no escuro por muito tempo, e aí eu percebi que eu tinha algo muito mais grave do que pareciam dizer. Eu gritei minha tia e disse para ela, que seja lá o que fosse que eu tivesse, eu queria saber e queria agora, ela então chorando me disse que os médicos descobriram um tumor na parte lateral esquerda de meu cérebro, que eles fizeram todo o possível, mas que era necessário fazer uma arriscada cirurgia, para descobrirmos que tipo de tumor eu tinha, quanto tempo tinha de vida, se iria ou não me recuperar. Sem a visita do meu namorado, eu chorei toda a noite, pensando sempre no pior, e pensando até que ele tivesse me esquecido. Liguei para uma amiga de escola, e ela me disse sem saber o que eu tinha, que o Roberto estava ficando com outra menina na escola. Na hora a raiva tomou conta de mim, e uma enorme tristeza me fez desmaiar outra vez. Neste segundo desmaio, o doutor Fábio me transferiu para o doutor Cléber que era especialista em tumores, e ele marcou logo minha cirurgia. Eu tive que raspar todo o meu cabelo para operar, na época, ele era grande, atingia a altura das minhas pernas, e eu sempre gostava de fazer escova, para o deixar bem liso macio e mais bonito. Eu fui até o salão de beleza, e enquanto a moça ia raspando meus cabelos, eu chorava cada segundo mais, a estas alturas, sem o namorado e torcendo para que morresse na operação. Na escola, minha prima contou para minha amiga o meu estado, e o Roberto acabou por escutar, ele tentou falar com a minha prima, mas a Cecília disse a ele, que nós não tínhamos mais nada um com o outro. A Aline foi me visitar no hospital um dia antes da cirurgia, ela me disse que o Roberto tinha procurado a Cecília e o que ela tinha dito a ele, e me desejou sorte, ela disse que sabia que eu superaria este momento. Finalmente a hora chegou e os médicos vieram me operar. O doutor Cléber entrou comigo na cirurgia as 7h da manhã e saiu as 1h da tarde. Embora tenha sido complicado, ele acabou por realizar a cirurgia com sucesso, e em questão de dias eu descobriria que minha última chance estaria próxima. Continua