Neurologia: Mistérios cerebrais: O tumor cerebral: Helen Patrícia. Colaboração para Onnekalel RG. Kalel Airis. Da redação Os tumores cerebrais, são a segunda maior doença neurológica que provoca a morte, seguidos apenas dos acidentes vasculares cerebrais. Se desenvolvem as vezes lentamente ou as vezes tão rapidamente, que quando se descobre a doença, já pode estar em estágio avançado ou em fase terminal o que dificulta ou as vezes pode anular o tratamento. Contudo, caso esta doença seja descoberta a tempo, pode ser devidamente tratada com técnicas medicinais modernas, que permitem ao paciente uma vida quase normal. Os tumores embora benignos, não possuem cura, podem se destruir, mas voltam com o passar do tempo. Já os malignos só podem ser removidos por meios de cirurgias, mas ainda sim voltam ainda mais forte, diminuindo o tempo de vida do paciente. Um paciente que possue um tumor cerebral benigno se tratado corretamente, pode sobreviver por muitos e muitos anos com a doença mesmo que o tumor só desenvolva e não desapareça com tratamentos. No entanto se não tratado corretamente pode vir a morrer. Já quem tem um tumor maligno em grande parte dos casos, tem um tempo de vida predeterminado e dificilmente sobrevive mais que o tempo dado pelo oncologista especialista em neurologia experiente. Os tumores podem ser descobertos por meio de exames específicos e seu tratamento deve ser iniciado imediatamente após a descoberta da doença. Os tumores cerebrais, são todas as lesões ocupantes de espaço dentro do crânio que surgem devido a multiplicação desordenada de células normais ou anormais. Os tumores podem se originar das células do próprio cérebro , das membranas que o revestem ou dos nervos que saem dele, ou ainda, de outros órgãos que podem se disseminar pelo sangue, que são os chamados tumores metastáticos. Benigno: Uma lesão cerebral benigno é uma massa de tecido cerebral anormal, mas não canceroso. Maligno: Um tumor cerebral maligno é qualquer câncer do cérebro que pode invadir e destruir tecidos vizinhos ou que se disseminou (produziu metástase) para o cérebro e é originário de qualquer outra parte do corpo através da corrente sangüínea. Os sintomas aparecem quando o tecido cerebral é destruído ou quando a pressão sobre o cérebro aumenta. Essas circunstâncias podem ocorrer quer o tumor seja benigno ou maligno. A dor de cabeça causada por um tumor cerebral em geral é sentida constantemente, sem alívio, pode aparecer em alguém que não sofria de dor de cabeça anteriormente e, na maioria das vezes, já está presente ao despertar. Outros sintomas iniciais e comuns de um tumor cerebral são a falta de equilíbrio e de coordenação, tontura e visão dupla, náuseas e vômitos. Alguns tumores cerebrais causam convulsões, outros provocam distúrbios pelo cérebro ou ainda desmaios de transtorno de consciência súbita, quando a pessoa parece estar dormindo, mas na realidade está desmaiada. Geralmente, pessoas com este tipo de sintoma, possue os mais graves dos tumores e precisa receber acompanhamento médico, uma vez que este tipo de tumor pode levar a depressão crônica, sem cura, ou ainda a morte pela doença. Porém, alguns tumores ainda se apresentam com todos os sintomas ou quase todos, podendo deixar de ter algum deles, como náuseas ou vômitos por exemplo. Outro sintoma que deve deixar o paciente em alerta, é a febre constante que oscila sempre que há um descontrole da lesão cerebral. Ele também pode afetar a audição, a visão e a olfato. A pressão sobre o cérebro pode causar alterações da personalidade e pode fazer com que o indivíduo torne-se sonolento, confuso e incapaz de pensar. Esses sintomas são extremamente graves e exigem atenção médica imediata. O tratamento de um tumor cerebral depende de sua localização e de seu tipo. Quando possível, ele é removido cirurgicamente. Muitos tumores cerebrais podem ser removidos sem causar lesão ou causando pouca lesão cerebral. No entanto, alguns desenvolvem-se em uma área que torna a sua remoção difícil ou impossível sem que estruturas essenciais sejam destruídas. Algumas vezes, a cirurgia causa uma lesão cerebral que pode acarretar paralisia parcial, alterações da sensibilidade, fraqueza e déficit intelectual. Apesar disso, a remoção de um tumor é essencial quando ele ameaça estruturas cerebrais importantes. Mesmo quando a remoção cirúrgica não consegue curar o câncer, a cirurgia pode ser útil para reduzir o volume do tumor, aliviar os sintomas e ajudar o médico a determinar o tipo específico do tumor e se outros tratamentos, como radioterapia ou quimioterapia, são justificáveis. Quando a cirurgia é indicada , o objetivo é realizar uma ressecção ampla e segura, estabelecendo o grau histológico. O uso da neuronavegação (estereotaxia) como guia durante a cirurgia tem permitido ao neurocirurgião provocar dano mínimo ao cérebro com máximo de eficácia na retirada da lesão. O interior do crânio pode ser o local de desenvolvimento de vários tumores primários, originados nos diferentes tecidos que formam as estruturas intracranianas por causas ainda desconhecidas, e de tumores secundários (metástases) provenientes de focos cancerosos em outros órgãos. Gliomas. Nascem na neuróglia, as células de sustentação dos neurónios, participando na sua nutrição e defesa. É possível distinguir vários tipos que, em conjunto, representam metade dos tumores intracranianos primários. Os astrocitomas, originados nos astrócitos, costumam desenvolver-se no cérebro, no tronco cerebral e no cerebelo, sendo esta a sua localização mais frequente na infância. Neste grupo, o mais frequente nos adultos é o glioblastoma, de natureza maligna, que se desenvolve nos hemisférios cerebrais e tem tendência para invadir outros tecidos. Os oligodendrogliomas, derivados dos oligodendrócitos, afectam essencialmente os mais jovens, são circunscritos e costumam desenvolver-se nos lobos frontais do cérebro. Os meduloblastomas são originados nas células embrionárias do cerebelo, costumam aparecer durante a infância e são muito malignos. Os ependimomas derivam das células que revestem as paredes dos ventrículos cerebrais, sendo igualmente mais frequentes na infância. Meningiomas. Originam-se nas células que constituem as membranas que revestem o encéfalo e representam 20% dos tumores intracranianos. Normalmente, desenvolvem-se na linha média do cérebro, são circunscritos e têm um crescimento lento. Neurinomas. Costumam originar-se nos nervos cranianos, a partir das células de Schwann responsáveis pela elaboração das bainhas de mielina que revestem as fibras nervosas. O mais frequente é o neurinoma do acústico (par craniano VIII), que costuma ter um crescimento lento. Tumores da hipófise e da glândula pineal. Existem vários tipos de tumores que se desenvolvem na hipófise, a glândula que se situa na base do cérebro com a missão de regular o sistema endócrino. Os craniofaringeomas são tumores cranianos originados nas células embrionárias pertencentes à hipófise. Os adenomas hipofisários são tumores originados nas células glandulares pertencentes à hipófise e destacam-se por serem capazes de produzir hormonas em quantidades exageradas. Os pinealomas são tumores originados na glândula pineal, uma pequena estrutura cerebral com funções pouco conhecidas no ser humano. Tumores vasculares. Tumores originados nas células, que constituem os vasos sanguíneos, com a missão de irrigarem o encéfalo. O mais comum é o hemangioblastoma, que se costuma situar no cerebelo. Metástases. São tumores malignos que correspondem à disseminação de outros focos primitivos situados nos diferentes órgãos, cujas células chegam ao encéfalo através da circulação sanguínea. Constituem cerca de 10 a 20% dos tumores intracranianos e são essencialmente originados a partir de cancros do pulmão, mama, pele, rim e aparelho digestivo. Manifestações Os sinais e sintomas dos tumores intracranianos são muito variados, pois estão dependentes da sua natureza benigna ou maligna, da sua localização e das estruturas encefálicas comprimidas ou destruídas durante a sua evolução. Existem algumas manifestações que são comuns aos tumores benignos e malignos, porque são provocadas pelo aumento da pressão no interior do crânio consequente do desenvolvimento do tumor. O sinto-ma inicial mais característico da hipertensão intracraniana é a dor de cabeça, de intensidade variável, mas sempre persistente e contínua, ao contrário das cefaleias de outra origem. São igualmente comuns os vómitos, provocados pela compressão do centro do vómito situado no tronco cerebral, tratando-se de vómitos bruscos que não costumam ser acompanhados por náuseas. As alterações da visão provocadas pela compressão dos nervos ópticos e dos vasos que irrigam os olhos são igualmente frequentes. Caso a hipertensão intracraniana seja muito grave, pode dar origem a uma grande compressão do tronco cerebral e à consequente danificação dos núcleos reguladores de funções vitais, como a respiração ou a atividade cardíaca, constituindo uma das principais causas de morte nas fases avançadas de crescimento do tumor. Os tumores no córtex cerebral podem provocar crises convulsivas e problemas que originam alterações das diversas áreas cerebrais. Os tumores do lobo frontal costumam provocar paralisia, vários problemas mentais, perturbações da linguagem, etc.; os do lobo temporal, alucinações auditivas e gustativas, problemas da fala, etc.; os do lobo parietal, problemas da sensibilidade, dificuldade em realizar atos automáticos, etc.; os do lobo occipital, problemas visuais. Os tumores do cerebelo provocam problemas no equilíbrio e na locomoção, tremores e descoordenação dos movimentos voluntários. Os tumores da hipófise provocam vários problemas endócrinos devido ao défice ou produção exagerada de hormonas e problemas visuais. Os tumores do tronco cerebral provocam a paralisia de nervos cranianos e perturbações nas funções vitais. Os neurinomas costumam provocar perturbações no funcionamento dos nervos cranianos onde se desenvolvem. Os tumores não escolhem dia ou hora para acontecerem, tão pouco escolhem o momento para desenvolverem rapidamente ou lentamente, cada organismo se propaga e desenvolve de uma forma diferente e age e ataca de uma forma diferente. No entanto, a grande causa de tumores cerebrais não é apenas por problemas com tecidos do cérebro, ou outra doença. Uma pessoa pode perfeitamente desenvolver um tumor cerebral maligno ou benigno apenas pelo seu estado emocional. As celulas cancerosas estão presentes no corpo de todos, são como a diabetes, todos temos, mas apenas em alguns elas desenvolvem. Se por acaso o paciente estiver apresentando problemas de falhas em seu sistema cerebral e este não for tratado a tempo, e o mesmo estiver abalado emocionalmente, o tumor vai ganhar força e se desenvolver. Diversas doenças podem acarretar tumores cerebrais como resultados de seus maus tratamentos. Alguma delas são: Disritmia cerebral, doenças vasculares, arritmias cardíacas, enxaquecas frequentes e sem tratamentos, distúrbios cerebrais de qualquer natureza, ataques epiléticos, doenças provocadas por aumento de pressão arterial na gravidez, estados de coma, isquemias e depressão entre outras. Os tratamentos dos tumores com o avançar da ciência, a cada dia ganham novas técnicas. Nos Estados Unidos, já existe um hospital equipado e especializado em combate a tumores cerebrais, que a cada dia, buscam inovar e tentam encontrar curas relativas, que possam contradizer a medicina que diz que esta doença seja da forma com que for, é incurável. Contudo, as técnicas desenvolvidas apesar de ainda estar em teste, parecem ser muito eficazes, a partir do ano que vem, o Brasil já contará com uma delas, e passará a realizar biópsias a lêiser no cérebro, para avaliação de qual é o tipo de tumor que o paciente possue. Uma clínica de Ribeirão Preto no interior de São Paulo, e um hospital particular de São Paulo, serão os primeiros no país a trazer a técnica americana ao Brasil, já em fevereiro de 2010. No entanto, muitas pessoas pensam que porque se tem um tumor cerebral, a vida acabou. Isto não é bem verdade, cabe ao médico e os familiares, mostrarem ao paciente, que ele ainda pode obter uma vida normal, e que pode se tratar para combater de frente esta doença. Quando os tumores são bem tratados por médicos experientes e também tem a ajuda de paciente e familiares no combate a ele, a doença pode chegar a ser vencida e ser controlada dando ao paciente uma possibilidade de vida melhor. Contudo, os tumores sejam malignos ou benignos, são extremamente graves e necessitam de cuidados extra especiais. Colaborou Salete Letermann Neurocirurgiã psicoterapeuta especialista em oncologia.