O Último Ato 2º capítulo Pedro não acreditou, quando a médica lhe disse que havia perdido a visão. Um sentimento de revolta começou a ganhar seu coração, e logo aquele menino doce e encantador, se transformou por alguns minutos em uma pessoa amarga e fria. Ele pediu para que o pai saísse do quarto, pois ele queria ficar sozinho, e disse que não queria ninguém chorando por estar com pena do que tinha acontecido com ele, quando Mariana na porta, o observava com os olhos cheios d'água. Eduardo viu a menina saindo do hospital e perguntou o que tinha acontecido com Pedro e ela o contou, e logo eles viram um carro de reportagem parando na porta do hospital. Deste carro, desceu Airis, um jornalista jovem de 21 anos, que estava ainda cursando a faculdade de jornalismo, e que trabalhava como repórter estagiário na revista De Olho na Notícia, a revista mais importante do país. Com suas páginas voltadas para reportagens especiais, matérias policiais, acontecimentos locais, entre outras coisas, a revista ganhou o espaço nacional em pouco tempo de publicação. Pertencia a uma jovem de 27 anos, que morava ali naquela cidade tomando conta da matriz da revista, enquanto seus pais, moravam em São Paulo, tomando conta de outra filial. Airis adentrou ao hospital acompanhado por um fotógrafo, e foi até o pai de Pedro. Conversando com João, o rapaz solicitou uma entrevista exclusiva com o filho do homem, para contar a todos pela revista, como tudo aconteceu. O caso ganharia repercussão mundial depois que se tornasse matéria naquela revista, que além da impressa também mantinha um site de notícias na internet. João, não aceitou porém que o filho desse a entrevista. Com medo da reação de Pedro que ainda estava muito abalado, disse para que o repórter aguardasse mais uns dias, e prometeu não falar com nem um outro jornal, a não ser com ele. Airis deixou João e foi conversar com a médica, e colheu seu depoimento sobre o caso, para dar início a matéria. Depois falou com o padre Jorge, que disse a ele, que a ação de Pedro havia o feito ser formidável as graças da igreja católica, não somente do Brasil, mas também do mundo. Airis então foi embora e o dia amanheceu, durante 4 dias, Pedro não falava com ninguém, e quase nem comia, quando recebeu a visita de Airis escondido em seu quarto. Airis então se apresentou, dizendo que era repórter, e que desejava conversar com Pedro sobre seu acidente, mas que foi impedido pelo seu pai. Pedro disse a ele, que não permitiria que ele colocasse sua tragédia nos jornais, pois todos teriam pena dele, o menino que agora era cego, porque defendeu uma imagem de santa na igreja. Airis então disse a ele, que a vida não havia acabado porque ele era deficiente visual, e que se desejasse, se tivesse força de vontade, ele poderia vencer este obstáculo, seguir em frente, e ainda conseguir alcançar os seus sonhos. Não importava a sua deficiência, com força de vontade, poderia ir a onde fosse. Revoltado, Pedro disse que ele não sabia de nada e o mandou sair do quarto. Airis então saindo, disse a ele, que ele quem não sabia de nada e que nunca iria saber, pois do jeito que fazia com sua situação, só gerava mais conflitos para a sociedade, pois ao em vez de se superar, ele se prendeu na cama lamentando por sua situação. Antes de sair, Airis deixou um cartão sobre a cama, e disse a Pedro para pedir que alguém o ligasse, quando ele resolvesse falar, disse que ele poderia aprender muito com sua deficiência, e que o repórter falava por experiência própria, quando citava que um deficiente é capaz de muitas coisas. Pedro ficou sem entender, e Airis disse a ele, que também era deficiente visual, não conseguia ver nada, além de vultos e da luz da claridade, mas com o tempo que se passava, sua visão estava próxima de chegar ao zero, ao escuro total, como Pedro estava agora. Airis sai do quarto, e Pedro começa a chorar. Ele então reza, e pede para que Deus o ajude, e que o faça superar todo o momento difícil que está passando. Mariana logo bate a porta do quarto e entra, e disse que havia ido visitar o seu amigo. Ela pega o cartão de Airis na cama, e pergunta para Pedro quem havia deixado aquilo lá, ele diz que foi um repórter, da revista De Olho na Notícia, e ela então diz a ele, que tinha visto um carro de reportagem dessa revista parado na porta do hospital, no dia de seu acidente. Pedro pergunta a ela, se conheceu Airis, e se era verdade que ele era deficiente visual. Mariana não havia visto o rapaz, mas no cartão havia o endereço eletrônico do site da revista, e ela entrou conseguindo pegar o telefone da revista, ligando e tendo a confirmação, que eles trabalhavam sim com Leandro Airis, repórter deficiente visual. No fim do dia, Airis estava na redação da revista, quando sua chefe de reportagem se aproximou. Alice queria saber, se ele havia conseguido a matéria, e ele disse que ainda não. Brava ela disse que tinha lhe dado 4 dias para fazer uma simples matéria, que ele não conseguiu fazer, mas que ele deveria ser mais rápido. Se até o fim da noite, ele não trouxesse a matéria, ele então teria que falar com sua chefe pessoalmente, e se explicar, e ela passaria a matéria para outro repórter, que fosse mais experiente e principalmente competente. Airis deixou a redação de cabeça baixa, enquanto os colegas comentavam a bronca que ele ganhou de Alice, uma de tantas outras, que faziam parte de sua rotina diária. Ele foi até o refeitório, onde se sentou e começou a tomar um café, de repente, Nelise uma jovem repórter se aproximou, e perguntou a ele, o que estaria acontecendo. Airis então a explicou, que ele tem dificuldade em fazer as matérias, e que a chefe de reportagem sempre ficava pegando no seu pé, sem contar que tudo aquilo que ele escrevia nunca estava bom, o que o fazia estar cansado da revista. Na semana anterior, ele havia feito uma matéria sobre transplantes de córneas, que havia ganhado a primeira página da revista, mas não foi uma matéria assinada, porque Alice disse que ele não assinaria suas matérias, enquanto não deixasse de errar nem uma só palavra ou virgula. Então a diretora da empresa, a jovem e bela Emily, foi falar com Alice, para saber quem havia feito a matéria da primeira página e porque estava sem assinatura. Alice disse que havia sido o novato, e Emily pediu para falar com ele. Airis ainda conversava com Nelise, quando Anita, irmã da repórter e secretária de Emily, foi até eles e disse que Emily desejava ver o jornalista. Assustado e com medo de mais uma bronca, Anita conduziu o rapaz até a sala da diretora e ele entrou. Ela pediu gentilmente que ele se sentasse, e o perguntou o que estaria acontecendo, que ele parecia triste e apavorado. Ele então disse que não tinha sido nada, mas ela insistiu. Ele disse que estava preocupado com o trabalho, mas ela disse que não havia razão para se preocupar. Ele era um ótimo repórter e escrevia muito bem. Ele então não entendeu nada, e ela o parabenizou pela matéria, e por sua ação de não querer assinar, por não se achar pronto ainda para ter tanta responsabilidade nas mãos. Ele sorriu, e perguntou quem tinha dito isto a ela, e ela disse que foi Alice, e quis saber o por que da pergunta. Airis então contou a verdade a Emily, e foi ainda mais elogiado por ser honesto. Alice foi chamada na sala de Emily e em frente a Leandro, ela disse a chefe de reportagem, que a partir do momento seguinte, todas as matérias feitas por Airis, deveriam passar antes por sua mesa, e todas elas, deveriam estar com assinatura, pois ele estava mais do que pronto para começar a escrever. De cara feia, Alice deixou a sala e Airis permaneceu lá. Ele então falou com ela sobre a matéria de Pedro, que não estava dando certo, e ela disse para que ele tivesse paciência, pois tudo aconteceria no momento certo, e pediu para que ele trabalhasse em outras matérias, até aquela dar certo. Perguntou se havia alguma repórter da revista, que ele desejaria de acompanhar, para se familiarizar ainda mais com a notícia, e ele citou o nome de Nelise, que fora tanto gentil com ele, como Emily estava sendo no momento. A jovem pediu para que Anita, dissesse a irmã que levasse Airis no dia seguinte, para a reportagem que ela fosse fazer, para que ele a ajudasse com a matéria. A noite, Airis ficou pensando em tudo que aconteceu no dia e nas palavras e na voz de Emily. Ao dormir, sonhou com sua chefe, e passou a temer estes sonhos, que o mostravam sempre apaixonado, coisa que nunca poderia acontecer. No dia seguinte, Pedro chamou o pai no hospital, e logo também recebeu alta para ir para casa, mas antes de sair, disse ao pai, que gostaria muito de falar com uma pessoa. O pai perguntou com quem, e ele disse que gostaria de falar a imprensa sobre o que havia acontecido na igreja, que daria a entrevista a revista, mas que só falaria com Leandro Airis, o repórter deficiente visual. Airis chegou na revista e se preparava para sair com Nelise, quando ela disse a ele, que alguém no telefone queria falar com ele. Leandro atendeu, e Pedro perguntou se ele poderia ir ao hospital, para o entrevistar naquele momento. Sorrindo Airis disse que sim, e levantou indo falar com o motorista e um fotógrafo. Alice perguntou a ele, onde iria e por que não estava com Nelise como tinha mandado Emily, e ele disse que tinha acabado de marcar a matéria de entrevista com Pedro. Ela disse que não poderia ir, pois tinha que fazer a matéria com Nelise agora, e que colocaria outro no caso, pois ele demorou demais. Mas Nelise disse que ele poderia ir sim, pois sua matéria era rápida, e que ela iria com ele para a dele, e depois iriam juntos para a dela, deixando Alice sem poder negar. Nelise e Airis, saíram de carro e foram correndo para o hospital. Eles entraram no quarto, e Airis apresentou Nelise repórter que o acompanhou, e também Marco, o fotógrafo que faria as fotos para a matéria. Ao ver Pedro, os olhos de Nelise, uma bela mulher de 25 anos, brilharam como nunca, e ela estaria agora, prestes a conhecer um sentimento puro e lindo, chamado de amor. Autoria de Patrícia Cristina e Kalel Airis.