Biografia Helen Keller |
A vida de Helen Adams Keller nascida em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, descendente de tradicional família do Sul dos Estados Unidos, filha do Capitão
Arthur Keller, Prefeito de Alabama do Norte em 1885, é a história de uma criança que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda subitamente, devido a uma doença
que foi diagnosticada naquela época como febre cerebral, sendo provável que tenha sido escarlatina, e de sua luta árdua e vitoriosa para se integrar na sociedade,
tornando-se além de célebre escritora, filosofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem estar das pessoas portadoras
de deficiências.
Aos sete anos de idade, mais precisamente no dia 03 de março de 1887, por indicação de ALEXANDER GRAHAM BELL, ANNE SULLIVAN, uma professora de vinte e um anos,
que havia estudado na Escola Perkins para Cegos (Perkins School for the Blind) pois quando criança tinha sido cega, mas recuperou a visão através de nove operações,
foi morar em sua casa para
ensiná-la, e desde então tornaram- se inseparáveis, até a morte da professora em 1936.
Com muito carinho, dedicação e perseverança, Anne Sullivan conseguiu ensinar à aluna os alfabetos braille e manual. Sob a orientação de Anne, matriculou-se
no Instituto Horace Mann para surdos de Boston e depois na
Escola Wright-Humason Oral de Nova Yorque. Aos dez anos de idade aprendeu a falar para dizer: “Algum dia cursarei uma faculdade” o que de fato aconteceu, em
1904 recebeu seu diploma de bacharel em filosofia pela Universidade Radcliffe, onde no qüinquagésimo aniversário de sua graduação, recebeu o
“Prêmio Destaque a Aluno” além de dominar os idiomas francês, latim e alemão.
Recebeu diversos títulos e diplomas honorários das Universidades Temple e de Harward e das Universidades da Escócia (Glasgow), Alemanha (Berlim), Índia (Nova
Delhi) e de Witwaterstrabd (Johannesburg, África do Sul) e entre os inúmeros prêmios de grande distinção, em junho de 1952 foi feita
“Cavaleiro da Legião de Honra da França” e as condecorações: no Brasil, “Ordem do Cruzeiro do Sul”; no Japão,
“do Tesouro Sagrado”; Nas Filipinas, “do Coração de Ouro”; no Líbano, “Medalha de Ouro de Mérito”; recebeu ainda o prêmio “América para a União Inter-americana”;
“Medalha de ouro do Instituto Nacional de Ciências Sociais”. Tornou-se membro honorário de sociedades científicas e organizações filantrópicas dos cinco continentes.
Em 1902 fez sua estréia na literatura escrevendo sua autobiografia “A História de Minha Vida” e em seguida no Jornalismo, com uma série de artigos no “Ladies
Home Journal”. A partir daí não parou mais de escrever.
Escreveu inúmeros artigos para revistas e além da
“História de Minha Vida”, escreveu vários livros entre os quais: “Otimismo - um ensaio”;
“A Canção do Muro de Pedra”; “O Mundo em que vivo”;
“Lutando Contra as Trevas”; “Minha Vida de Mulher”;
“Paz no Crepúsculo”; “Dedicação de Uma Vida”;
“A Porta Aberta”. Seus livros foram transcritos em várias línguas.
Em 7 de maio de 1954, seu local de nascimento, Ivy Green, em Tuscumbia, foi transformado em museu permanente. A cerimônia contou com a presença de diretores
da “American Foundation for the Lind” além de diversas outras autoridades. Juntamente com esse acontecimento, realizou-se também a première do filme biográfico de
Helen Keller: ”Os Inconquistados”. O filme posteriormente recebeu o título “Helen Keller e sua História” que em 1955 ganhou o prêmio da Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas como o melhor documentário de longa metragem do ano.
Durante toda sua vida, Helen Keller gozou da amizade de personagens proeminentes de seu tempo, figuras famosas como
Rover Cleveland; Charlie Chaplin; John F. Kennedy;
Katherine Corvell; Alexander Graham Bell entre outros.
De 1924 até sua morte, foi membro “staff” da
American Foundation for the Blind, onde pode trabalhar pelo bem estar das pessoas cegas e surdo-cegas, comparecendo perante governos, dando conferências, escrevendo
artigos e sobretudo, pelo exemplo pessoal do que uma pessoa severamente prejudicada pode alcançar.
Porém sua participação ativa na área de trabalho para os cegos, começou em 1915 quando o “Fundo Permanente de Ajuda aos Cegos de Guerra”, posteriormente chamado
- Imprensa Braille Americana - foi fundado. Ela foi membro de sua primeira junta de diretores. Quando a Imprensa Braille Americana transformou-se na “American Foundation
for Overseas Blind”
(hoje Helen Keller Internacional Incorporated) em 1946, Helen Keller foi eleita conselheira em relações internacionais. Foi então que começou suas viagens
pelo mundo, em benefício dos cegos, fato esse que a tornou bem conhecida em seus últimos anos de vida. Durante sete viagens entre 1946 e 1957, ela visitou 35 países
em cinco continentes. Em 1953 a convite oficial do governo brasileiro e da “Fundação para o Livro do Cego no Brasil”, veio ao Brasil onde realizou visitas e palestras
no Rio de Janeiro e em São Paulo e seu exemplo estimulou e deu grande impulso à educação e a reabilitação de cegos no Brasil, recebendo da Legião Brasileira de Assistência
o título de Membro Honorário.
Uma mesa redonda realizada com sua presença na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo deu origem à criação, no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial) de um Serviço de Orientação e Colocação Profissional de Cegos, que hoje já colocou nas indústrias de São Paulo grande número de deficientes da visão.
Numa palestra para 550 pessoas no Hospital das Clínicas em São Paulo, alguém lhe perguntou:
— “O que você gostaria mais de ver, se Deus lhe desse visão por cinco minutos?” Helen Keller respondeu:
—“As flores, o pôr do Sol e o rosto de uma criança”.
Hellen fez sua última aparição em público num encontro do Lions Club de Washington. Nesse encontro ela recebeu o
“Prêmio Humanitário Lions” por sua vida dedicada a servir a humanidade e por inspirar a adoção de programas de ajuda aos cegos e conservação da visão.
Em 1961, recolheu-se para viver tranqüilamente em
“Arcan Ridg”, onde recebia a família, amigos íntimos e membros da “American Foundation for the Blind” e da
“American Foundation for Overseas Blind”
(hoje Helen Keller International Incorporated). Mas apesar de seu afastamento da vida pública, não foi esquecida. Em 1964 recebeu a “Medalha Presidencial da
Liberdade” maior honra de seu país. Em 1965 foi uma das vinte eleitas para o “Hall da Fama Feminina” na Feira Mundial de Nova Yorque. Hellen Keller e
Eleanor Roosevelt receberam a maioria dos votos entre as cem mulheres indicadas.
Hellen Keller faleceu em 1º de junho de 1968 em “Arcan Ridge” algumas semanas antes de completar 88 anos. Suas cinzas foram depositadas ao lado das de Anne
Sullivan Macy e Polly Thomson na Capela de São José na Catedral de Washington. Durante a cerimônia, onde compareceram diversas autoridades do governo, pessoas proeminentes
de todos os setores e delegações da maioria das organizações para cegos e surdos, em seu último adeus, o Senador Lister Hill do Alabama disse a respeito de Helen
Keller:
“Ela viverá; ela foi um dos poucos nomes imortais, que não nasceu para morrer. Seu espírito perdurará enquanto o homem puder ler e histórias puderem ser contadas
sobre a mulher que mostrou ao mundo que não existem limitações para a coragem e a fé.”
E por tudo isso ela foi chamada por seus amigos americanos: “A primeira mulher de coragem do mundo”.
Algumas frases extraídas de suas obras:
"Não há melhor maneira de agradecer a Deus pela visão, do que dar ajuda a alguém que não a possui."
"Se metade do dinheiro hoje gasto em curar cegueira, fosse utilizado em preveni-la, a sociedade ganharia em termos de economia sem mencionar considerações
de felicidade para a humanidade."
"Que toda criança cega tenha oportunidade de receber educação e todo adulto cego, uma oportunidade
para treinamento e trabalho útil."
"Quando uma porta de felicidade fecha-se, uma outra se abre; mas muitas vezes, nós olhamos tão demoradamente para a porta fechada que não podemos ver aquela
que se abriu diante de nós. É maravilhoso ter ouvidos e olhos na alma.
Isto completa a glória de viver."
"Atraímos sobre nós sofrimentos desnecessários quando exageramos a extensão da nossa dor."
"Não peçamos tarefas iguais às nossas forças, mas forças iguais às nossas tarefas."
"Muitos olham para dentro de si e nada encontram e disto concluem que também fora deles nada existe."
"NNão há barreiras que o ser humano não possa transpor."
Leia o texto: Três Dias para Ver