Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega


F. Pereira Nóbrega Viveremos 150 anos?

Do Centro da Saúde da Universidade do Texas nos vem a esperança de maior longevidade: “mesmo sem avanços médicos, em futuro próximo pode-se esperar envelhecermos mais e mais vagarosamente!”. Quem subscreve é Steven Austad, americano, prometendo 150 anos de vida a cada mortal.

A Ciência pode estar certa mais a Geografia, não. Não é a humanidade, é o Primeiro Mundo quem espera viver tanto. Economia e Política, pesquisas e descobertas estão a serviço de privilegiados; A humanidade está esquecida, relegada.

Algum tempo atrás, um Ministro da Saúde gaúcho, anunciava a média de vida nos pampas: de 74 anos. E citava a Paraíba, trocando os algarismos: aqui, 47. Então, quando se limitou a aposentadoria aos 60 anos, se decretou que paraibano se aposentaria 13 anos depois de morto. Mas ainda hoje se ensinará nas escolas que somos todos iguais perante a lei: quem vive 74, quem 47 apenas.

A gente diz que nasceu um inocente. Mentira! Nasceu um condenado à morte, como se culpado fosse. Porque morte natural não é castigo a ninguém. Mas a outra, antecipada, por condenação, na guilhotina, na cadeira elétrica, é punição suprema.

Quem nasceu na PB, tem, biologicamente, a longevidade dos gaúchos, dos americanos. Basta nascer nalguma família nobre para viver além dos 74. Aos miseráveis, como na guilhotina, a vida é ceifada prematura. Quem escapou da pílula da Benfam entre nós não escapará da guilhotina social.

Você é paraibano? Passou dos 57 anos? Dê um abraço em você mesmo. Escapou da guilhotina social enquanto americano lhe promete 150 anos.

Você é jovem ainda? Os cálculos de probabilidade lhe dizem que, - com certeza superior a 80% - você não chegará aos 60 anos. Nasceu condenado à morte prematura. enquanto o Primeiro Mundo lhe promete 1 século e meio de existência. Se tiver poder econômico, ainda que aqui tenha tombado seu cordão umbilical, você não nasceu na Paraíba, nasceu na exceção.

Os parques de montadoras prometem milhares de carros por ano. Os cinemas exibem o filme do Oscar. A tv diverte com novelas. E se pensa que isso é para todos. Milhões jamais terão acesso ao progresso. Não passarão dos 30, 40, não verão os netos. São marcados para morrer na guilhotina da sociedade que jura direitos iguais a cidadãos iguais perante a lei.


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