Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega


F. Pereira Nóbrega O vasilhame e o ladrão

A dona de casa desconfiou tardiamente. Por mais que pusesse água, o vasilhame não enchia. Havia nele um ladrão É assim que chamamos o espaço previsto para evasão da água nalgum recipiente, antes que transborde.

Desconfiamos tardiamente. Há um ladrão na ordem brasileira. Digo: há um sistema de corrução.

Lembra-se dos Sete Anões? Não parou ali.

Luís Estevão roubava nossos impostos. Um detalhe: era do PFL. A quantia era tamanha que não passava na porta dos desmandos sem ajuda de outros, ao menos, ao preço do silêncio, da cumplicidade.

Um nome lembra outro: o cassado senador Arruda, do PSDB.

As finanças continuavam desequilibradas? Então promovemos a CPMF, de Provisória a Perpétua. Senão eles não têm mais o que roubar. E haja Maluf, em São Paulo, carregando as burras a caminho da Suíça.

Também não se deixou sepultar em silêncio o cadáver político que responde pelo nome de Jáder. Senão não se equilibrariam as finanças da Nação.

Se não se veda o ladrão, haja mais água, mais imposto. A alíquota, que nos diminuiria o Imposto de Renda, somente após 9 anos ameaça agora ser atenuada. Senão, faltaria dinheiro para os corrutos.

ACM não conseguiria a fortuna que amealhou, repentinamente, se no vasilhame chamado Brasil não houvesse o ladrão. Um detalhe: ele é do PFL, sempre lhe prestando solidariedade quando Justiça e verdade o ameaçam.

Então, para equilibrar as finanças, tributemos ainda mais. Nunca este país recolheu tanto dinheiro, desde os dias de FHC. Não melhorou Segurança Educação, Saúde, Estradas. todos, problemas urgentes. Para onde então vai tanto dinheiro?

O ladrão do sistema brasileiro não pode deixar transbordar. Seria se deixar ver. Mas aquela dona de casa viu, não com os olhos, com a lógica. Se água entra cada vez mais e o vasilhame não se enche, algum ladrão existe por aí. Se imposto entra cada vez mais, após tantos homens públicos processados, cassados, diga mesmo sem ver: há ladrão por aí.

No PV, PSB, PT, não surgem corrutos. Ao menos, ainda não.

Menos impostos, menos ladrão! De partidos e de impostos já é tempo de se reclamar. [«]


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