Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega



Prefeitos

Os prefeitos não são perfeitos. Não se podem colocar todos na faixa de ótimos ou péssimos. Mas houve clamor quando um disse que tinha 1 milhão em caixa e que o dinheiro dá e sobra em Santa Inês, se não se levar para casa. É claro que ele falava do município que administrou. Se disse que 1 milhão sobra em caixa, não diria isso de todos. Alguns estão em dificuldades. Noutros poderia sobrar mais de 1 milhão.

Facilmente se quis entender que o Dr. João Nildo falava de todos os municípios. É que onde há fumaça há fogo. Pergunte-se ao eleitorado de cada município se suspeita de seus prefeitos. Santa Inês não está com o primeiro prefeito. Antes não sobrava dinheiro.

O fumacê é grande para não se suspeitar de incêndio generalizado. Vamos àlguns fatos. Não cito o nome dele para não expô-lo a tantas flechadas. Alguém, do sertão, já prefeito mais de uma vez, me dizia que se se roubasse apenas 1/3 das verbas, sobraria dinheiro nas prefeituras.

Um outro, confessou ao amigo (que me contou) que ia bem, já comprara duas fazendas, queria comprar mais duas antes de terminar o mandato Aquele outro conheci empregado de uma padaria em João Pessoa. Fez-se prefeito no sertão, apareceu por aqui depois. Não queria construir sua casa ou comprar um apartamento. Queria construir para si um edifício inteiro de apartamentos.

Quando das eleições passadas, de deputados e prefeitos, 70% dos parlamentares estaduais do CE preferiram a Prefeitura â Assembléia para disputa eleitoral. Eu os aplaudiria como heróis da causa comum se esse fumacê não fosse tão generalizado.

Já andei uma vez por esses meandros municipais. A minha Secretaria estava penalizada na área federal. Não poderia receber ajuda financeira porque em gestão anterior sumiu dinheiro sem se poder justificar. Quando comprei muita carne para a merenda escolar, o vendedor me insinuou repetidamente elevar o preço num faz-de-conta. A elevação fictícia me seria propina e ele ganharia minha preferência. Terminou dizendo que minha recusa não era única mas era rara.

Nem se acusem todos os prefeitos nem se faça pronunciamento como se todos fossem virgens honestas. Se, nesses tempos de carências municipais, algum conseguiu equilibrar suas finanças, não seja apedrejado se confessa sua experiência. Senão, ser honesto termina sendo vergonhoso. Antes, a Famup incentive seus prefeitos a mostrarem dinheiro em caixa. Com isso se refará a opinião pública sobre prefeitos em geral.


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