Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega



Paranormais são quase inúteis

O saber consciente, científico ou popular, é de meios dirigidos para um fim. Assim a Nasa levanta todos os meios para pôr o homem na Lua.

No paranormal o fim é atingido, os meios são desnecessários. Então, o saber normal é falível. O paranormal, não. Corrente nenhuma é mais forte que seu elo mais fraco. Na aplicação dos meios ocorrem falhas humanas, técnicas. E basta um meio falhar para comprometer o resultado final. O saber paranormal, porque independe de meios, não falha no seu fim.

O saber normal é processual. Tem etapas sucessivas. Primeiro se orça o projeto da Nasa, depois se alocam recursos, materiais e humanos, depois... depois... O saber paranormal dispensa processos. É instantâneo, imediato.

O conhecimento normal é lógico. O paranormal – não o digo ilógico – é alógico. Não é um processo do pensar. Seus meios não são conceitos que se ordenam em etapas, indutivas, dedutivas. O paranormal não precisa de processo mental. Não raciocina, não reflete para saber, agir.

A lógica condiciona o pensar. Tais fenômenos menos aparecem nos cientistas, condicionados por um pensamento linear que dificulta espaço à irrupção parapsicológica. Paranormais são sobretudo os simples, crianças mais que adultos. São pessoas sem grandes exercícios lógicos. Por vez parecem “aéreos”, “desligados”. Uri Geller, quando no Brasil, disse que as crianças seriam as mais receptivas de suas telepatias.

Depois de tantas vantagens, a paranormalidade sofre uma desvantagem radical. Seus fenômenos não podem ser encomendados. Americanos e russos tentaram usá-los para fins pré-estabelecidos. Ambos fracassaram.

Assim ocorreu porque, como a poesia, a paranormalidade não vem quando seu autor quer. Não diga ao poeta: faça-me agora uma poesia sobre o luar. Assim também, paranormalidade não pode ser encomendada.

Não pergunte ao paranormal o dia de amanhã. Se a inspiração lhe vem, diz, mesmo sem se perguntar. Não diz, mesmo se perguntado, quando ela não vem. Mas se for desonesto, inventa quando se pergunta. Freqüentes vezes o falso “vidente” responde o que você gostaria de ouvir. Capta em sua mente. Por vez o acaso o ajuda a acertar.

Ciência é como barco a motor. Usa meios, motor. O paranormal é como barco a vela. Se vier o sopro, inspiração, navegará. Na calmaria, não.

O paranormal sempre fará o show. Jamais, o progresso.


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