Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega |
Se um pai tem dois filhos, se o mais jovem lhe pede sua herança, se emigra até onde mãos alheias não mais o salvarão, dito fica mais que uma parábola. É a mais comum das alternativas humanas.
Uns se bastam com o passarinho que têm na mão. Outros vivem o risco, no limite. Preferem o incerto das aves que ainda voam, longe de seu alcance.
Cada animal vive o espaço de seu instinto. Não tem o novo que a nenhum deles se oferece. Isso só o acaso das mutações genéticas oportunizará para ser desafiado.
O homem vive no limite. Se o supera, novo limite é novo desafio. Na Evolução, as espécies tombam. Na História, o homem avança.
Isso é estado de permanente ousadia, com preço que animais não pagam. Bicho não nasce prematuro, corpo colado a corpo alheio. Nem há bicho anão. Têm complexo de inferioridade, consciência infeliz? Morrem do coração? Veterinário quase lhes é luxo. Médicos não dispensamos.
Bicho não ingere álcool para destruir o fígado nem cigarro para afetar os pulmões. Insônia lhes visita as noites? Corre de outros riscos, não da falta de tempo, que é problema dos humanos.
Não me lembre que não temos febre aftosa, doença da vaca louca, para lhe não responder que bichos estão livres da Aids, epilepsia, do câncer. Concordemos - e me basta - que mais que dos animais, há doenças humanas A Medicina mesma, delas não sabe a conta. As que nos chegam não querem mais voltar.
Assim é porque o instinto orienta o animal, a vontade orienta o homem. Instinto não erra. Mas errar é humano.
O animal é naturalista. Não se violenta. O homem é um ser ético, sempre na alternativa do bem e do mal.
Nem toda ousadia merece aplausos. De algumas, não há. retorno. O pródigo guardou consigo a passagem de volta.
A ousadia não precisa ser irracional para ser humana. [«]
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