Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega



Imitação e moda

Moda é imitação. Só pega se outros a imitam. Na política, frequentemente é o inverso: a imitação cai na moda. Sejam exemplo as estatais privatizadas. Muita coisa se construiu, nos Estados, na União, extrapolando funções públicas. Assim, os hotéis que este Estado construiu. E Estado é para isso? Deveriam ser privatizados.

Mas enquanto no Planalto não se falou em privatização, nenhum dos nossos lúcidos e sucessivos governadores atentou para a aberração. Agora, se hotéis estaduais forem postos à venda não será modismo político, será acerto da racionalidade.

Imitação pode ser um ato inteligente. Pode ser ridículo também. Louvável, se é racional, irrisório se é pura emoção. Homem e macaco são os melhores imitadores. Um detalhe ainda os separa. A imitação humana pode ser racional. A puramente emocional é macaquice.

Quando Collor assumiu o poder, apreendeu 900 carros, chapa branca. A demagogia os colocou em exposição. A mediocridade política aplaudiu. Governos estaduais imitaram.

Noticiários diziam de milhões de quilômetros de fronteira convidando seus guardas para serem pedestres. Você chamava a polícia na hora do ladrão. Ouvia: não há viatura. Chamava ambulância na hora do acidente. Ouvia o mesmo.

Um Governador foi surpreendido pelo fechamento do Paraiban, sem qualquer aviso prévio. Naquele dia, Collor estava nos Estados Unidos. O Governador foi lá, pedir que se repensasse o ato. Seguiu-se longa batalha até o Paraiban ser reaberto.

Imitação que não é racional continua macaquice. É quando o subalterno clona, em seus atos, as posturas de seu superior. E cada Governador quer se parecer com cada Presidente da República.

A racionalidade distingue. Encontrará na Paraíba estatais que melhor seria serem vendidas. A Cagepa foi ato que prefeitos ora contestam, municipalizando. A emotividade imita. Não é capaz de distinguir entre o carro oficial, o Banco do Estado e o mau uso que deles se faz.

A empresa estatal tem uma finalidade: servir. A privatizada tem outra: lucrar. Em princípio, o povo está melhor servido com a estatal, se ela atende a perenes e importantes necessidades do povo.


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