Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega


F. Pereira Nóbrega Hoje, Natal

A Metafísica de Deus nos diz que “tudo é possível ao homem de fé”. Hoje quero cantar uma flor para uma criança ouvir. Não me diga impossível, que hoje impossíveis não há. Hoje é dia de homem e natureza solidários, até nas luzes que cintilam aqui, nas neves que alvejam a natureza em outros meridianos do Natal universal. É o desejo de infinito, adejando as criaturas desde quando Deus riu de todos os impossíveis do lado de cá.

Hoje, as nuvens são cartas de Deus aos homens de boa vontade. Cartas em branco no envelope azul da amplidão. O vento nos é estafeta. E desta mensagem analfabetos não há. Lemos que um de nós é Deus porque Ele se fez parte da humanidade.

Hoje, mais uma vez, águas descerão, demandando o mar. Se alguma gota, a caminho, se evaporar, retornará depois, orvalho-criança da manhã-promessa. Porque tudo é possível depois que Deus verteu seu próprio Filho, orvalho-promessa que se fez criança.

Hoje, do homem quero esquecer a fera que é para dele reter apenas a crisálida que sempre será. Se o lagarto se faz borboleta e voa, a Deus não é impossível esse lagarto humano, um dia, redimido, levitar.

Quando, entre os homens, se fizer perene o Natal, todas as raças estenderão suas mãos, sobre fronteiras superadas, num instinto de amor e sobrevivência universal. Isso, hoje, as crianças ensaiam, brancas, negras, se abraçando todas, esquecidas de preconceitos que lhes ensinaram.

Hoje, lixeiro, em vez de lixo, vá, de casa em casa, catando risos, colecionando faces de irmãos, que, amanhã talvez, voltem a ser lixo. quando o sorriso findar.

Hoje, o estafeta não nos bata às portas, trazendo mensagens. A maior delas nos foi dirigida, há dois mil anos. Era Deus, escrevendo certo por linhas tortas. Escreveu que o Verbo era Deus nas linhas tortas de nossa humanidade.

Hoje, em seu sonho de pó, o ateu do místico ainda rirá. E este, hoje, levitará no espírito, quase dispensando a materialidade. Vai apenas beber do orvalho do céu e se alimentar das estrelas de Deus. Mas, como é triste se tudo isso for apenas hoje. Como é triste se amanhã, se sempre, não for Natal. [«]


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