Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega

F. Pereira Nóbrega


Embriões e preconceitos

Exatamente por esses dias, a respeito de embriões humanos, fecundados para clonagem, estão dizendo: “mas a Igreja católica ensina que neles já existe alma!”.

Esta opinião é igualmente sustentada por todas as religiões monoteístas: judeus, evangélicos, ortodoxos, mulçumanos, católicos afinal.

as esta frase é um festival de ambiguidades. A afirmação vai além deste credo, para quem o preconceito pede destaque.

Não compete a religião nenhuma dizer se embrião humano é gente ou não. Nenhuma dessas religiões pensaria assim se, antes, alguma Ciência não houvessem assim ensinado.

É a Genética quem assegura que embrião humano fecundado - não importa como - é gente. Dissesse ela que é cartilagem, membrana, algo semelhante, e religião nenhuma reconheceria em tal excrescência um ser humano.

Haja agora embriões humanos, não para viverem, para serem cortados, como carne no açougue, fornecendo células a terceiros?

Novamente as religiões rejeitam aquele destaque, com sotaque de preconceito. Porque, ao condenarem isso, nada de original, estão dizendo. Outra Ciência já tomou a palavra e em lugar delas deu o recado.

A Ciência do Direito também se volta para a Genética e pergunta se isso que foi engendrado em laboratório é gente. É? Então é sujeito de direitos - conclui ela. Porque é princípio, universal e primeiro desta Ciência, que o sujeito de direitos é a pessoa humana. Nenhum outro teria ela se o de existir não tivesse.

Esse é o consenso do Direito nas civilizações superiores. Cada uma é medida - se superior, inferior - pelo grau de respeito ao ser humano. Quanto mais ela defendeu o homem, o colocou acima de tudo neste Planeta, mais elevada pareceu. Não pode o ser humano ser usado como meio para coisa nenhuma. Esse princípio de ética parece inspiração primordial do Direito.

A História não é subjetividade, como sonhos. É realidade de fatos, conferidos com o progresso do respeito à vida e ao homem. O açougue dos embriões - ao inverso do preconceito que atribui defesa da vida exclusivamente a religiões - dirá às gerações futuras: diante do holocausto de embriões humanos, o dos judeus alemães não foi nada.


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