Projeto DOSVOX Cultos Ecumênicos - Francisco Pereira da Nóbrega

Cultos ecumênicos


   F. Pereira Nóbrega

Quando universitários concluem cursos, vejo cultos ecumênicos.

Ecumenismo não vejo quase. O Deus que nos une no culto não nos une na vida. Não é Ele quem nos separa. Deus não separa ninguém. A explicação é simples: não há sinceridade nisso.

Da parte dos concluintes, se apela para esse tipo de culto porque há um respeito mutuo a colegas de credos diferentes. Da parte dos líderes religiosos, que conduzem o ato, falta ecumenismo. E aqui já começa a confusão. Porque esse conceito varia conforme denominações religiosas. Na cabeça de uns, ecumenismo é consenso num mínimo de pontos da fé. Na cabeça de outros, ecumenismo seria juntar todas as religiões numa só.

Não é uma coisa nem outra. Bom ecumenismo não discute em que concordamos ou discordamos. Por isso não espera todas as religiões marchando para um só credo. Seja qual for a doutrina de cada um, o ponto de união ecumênica é o respeito mútuo. Há dois aspectos que merecem ser acatados em qualquer circunstância, nem digo por razões de fé, ao menos porque somos civilizados.

Um é que respeitemos os valores supremos do outro. Entre eles estão pátria, família, fé também. Quem xinga a mãe, a pátria do outro, educado não é . Igualmente quem xinga a religião alheia.

Outro aspecto é que em matéria de fé, valha a consciência de cada um. O homem que aderiu a qualquer religião, porque sinceramente, perante Deus, a teve por verdadeira, deve ser respeitado como Deus acolhe sua convicção. Não queiramos ser melhores do que Deus.

Então ecumenismo não é soma de doutrinas, credo eclético ou semelhantes. Ninguém precisa renunciar a nada de sua fé, para ser ecumênico. O ecumênico não discute religiões. Olha mais o que nos une, menos o que nos separa. Reconhece o que há de positivo noutros credos. Foi imenso para a humanidade o contributo do Budismo. Sem a ação dos espíritas, em favor dos que sofrem, a humanidade estaria mais abandonada.

Em Cajazeiras, um ano atrás, concluintes de universidade desejaram um culto ecumênico. Todos os pastores evangélicos da região se recusaram a participar. Nem essa é postura única de evangélicos nem aqueles pastores são os piores em matéria de ecumenismo.

Piores mesmo são, de várias religiões, da minha inclusive, os que, em suas posturas e convicções, resistem a qualquer ecumenismo mas fingem publicamente. Porque participam de cultos ecumênicos. Melhor seria se não estivessem lá.


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