Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega


F. Pereira Nóbrega Coisas da Caixa

Muitos já receberam o FGTS na Caixa Econômica. Receberam a menos. Erro se corrige quando se percebe. Não foi assim no caso. Essa dívida vem rolando há anos. A CEF recorreu ao expediente de pagamento em módicas prestações a quem aceitasse receber menos. Menos dinheiro em mais tempo! De vez em quando se ouve que ela está pagando esse erro de cálculo. Não vá lá. Está repassando menos a quem a lei diz que ela deve mais.

Adiar pagamento é também forma de não pagar. A Caixa recorreu a isso. Quem paga o que deve quando quer, não quando deve, ainda merece ser censurado. Justiça pela metade é injustiça inteira Um Banco sabe que disso nem na Justiça se esquivará. Mesmo assim recorre para ganhar mais. Os juros do adiamento que sobre o Banco recaem são irrisórios se comparados ao que lucra com o dinheiro alheio, movimentando enquanto a mora durar.

Um amigo meu, em dificuldades financeiras, sonhava receber esse FGTS. Sua situação é absolutamente insolúvel sem a urgência deste repasse. A Caixa recorreu à Justiça. Ganhou tempo, dinheiro também, se mais tempo teve para movimentar e lucrar com o capital que se recusa a pagar. Por que recorre a isso? Seu déficit é financeiro ou moral? Ela jamais aceitaria confessar déficit de capital.

O recurso judicial a obrigou, como esperava. Recorreu novamente, pedindo prazo de 90 dias. Obteve. E esse amigo meu, de situação financeira insolúvel, passe mais 90 dias, vendo a sopa minguando no fundo do prato e crianças em lágrimas, pedindo mais. A paisagem é diferente conforme o ângulo de onde se olhar. Entre o ser humano e o capital, para se dar mais 90 dias a quem tem anos de dívida - de que lado esse Meritíssimo terá olhado?

Sei de outro, mutuário da Caixa, com 5 ou 6 prestações atrasadas. Ela ameaça lhe tomar o imóvel. E lhe deve o FGTS que cobre sobejamente a dívida do mutuário. Se ele recorrer ao Judiciário, é possível que a pendência caia na mão de outro Juiz sensível ao capital mais do que às condições de angústia suprema em que algum ser humano se debata.

Menos que de juiz ou de Banco, o erro é mais cultural. Pagamos o prestígio devido ao capital. Desde que o capitalismo existe, o ser humano tem valido cada vez menos, tem sido desvalido cada vez mais. Se um Banco entra em falência, mesmo fraudulenta, como aqueles Marka e Sidan, o Poder dá 30 bilhões a Bancos deficitários. E lentamente, na cultura capitalista, vai se criando uma ditadura bancária. [«]


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