Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega |
Antropologia e política
Primeiro se conheça o terreno. Depois, se decida o que nele plantar. Assim diz a agricultura. Também digo: primeiro, entender o homem na mente para depois estendê-lo na História.
Primeiro, a Antropologia, o Humanismo. Depois a Política, fazendo sua inserção na História.
Mas uma pergunta - o que é o homem? - abre uma gama imensa de respostas que ditam rumos diferentes na Política.
Digamos que a natureza nos gerou iguais, ao nascermos. A Política daí decorrente acena para os socialismos. A Revolução Francesa levou a Igualdade ate o timbre da Fraternidade universal. O Evangelho se fez arautos desta fraternidade.
Mas há políticas das desigualdades, oriundas da convicção de que os homens desiguais nascem, assim vivam e morram. O forte seria para imperar, o fraco para obedecer.
O nome disso é Liberalismo. Esta desigualdade por vez é dita resultante de raças superiores e de sub-raças do fracasso humano. O nome disso é Nazismo.
A desigualdade confessa, em nome da raça, faz barulho, escandaliza, tem pronta reação.
Se a sociedade continua vastamente desigual, se de cada 5 latino-americanos 2 são miseráveis, é porque ideologias políticas aqui fizeram sucesso a partir de alguma convicção que assim diria: desiguais nascem os homens, desigual seja a sociedade porque a injustiça seria nivelar por baixo o que já nasceu desnivelado por cima.
O Nazismo é um capitalismo racial. O capitalismo é um nazismo econômico.
Se o primeiro choca, gera oposições, o segundo, subliminar, se introojeta nas pessoas e culturas. Até o miserável termina crendo que nasceu desigual e, por ditames superiores, seu lugar é a favela.
Diz um refrão, filho legítimo deste racismo econômico: “quem não tem competência não se estabelece”. Insinua: quem não se estabelece é porque não tem competência. Como se a sociedade não reduzisse competências e chances!
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