Leia crônicas de F. Pereira da Nóbrega



A lógica do poder

A verticalização tem sua lógica. Mas o Poder tem outra.

Partidos se unam se têm o que unir. Sobram afinidades em grupos vários, de direita e de esquerda. A coluna vertebral de todas elas passam por esse dilema: queremos uma sociedade para todos ou só para famílias, amigos, raça, cor, classe social?

Até aí, temos uma Frente mais que um partido. Na opção seguinte, direita e esquerda começam a rachar: como fazer uma sociedade para alguns, como fazê-la para o ser humano, sem posteriores detalhes? Conhecemos algo das lutas internas do PT, todas elas em torno do como pôr em prática seu ideário. Quem tem ideologia tem esse tropeço.

Um ilustre político reacionário, de anos atrás, protestava porque havia no país dois partidos comunistas: PCB e o outro, do B. Sequer desconfiava o ilustre bitolado que são incontáveis nossos partidos capitalistas: PSDB, PFL, PL e outros mais.

A lógica diz que partidos se unam se têm o que unir. Aí estão as duas grandes bandeiras. Mas evitemos reduzi-las a dois partidos apenas. Corremos o risco das radicalizações, vestibular dos fundamentalismos. Haja então partidos vários, de esquerda, de direita.

Unam-se conforme suas ideologias. Aí entra a lógica do poder. O traço mais comum das coligações tem sido ânsia de poder e nada mais. Então o eleitorado consciente não tem o que escolher se os ideários se apresentam turbados pelas coligações.

Nem essa ressalva perturba os partidos dos que fazem da política meio de vida. Odeiam eleitores esclarecidos. Os analfabetos são maiorias e lhes bastam. Não falo de analfabetos de letras mas da política. Deles muitos há, até doutores, cujos votos não vão além do amigo, parente. Não conseguem ver além do interesse pessoal o bem comum.

Há um detalhe da linguagem que denuncia esse descalabro político. Cada vez mais se usa a palavra “ideológico” para nominar partido de esquerda. Como se direita não fosse ideologia alguma. Termina sendo verdade. Se a direitra reserva a sociedade para alguns, e a humanidade seja resto nas periferias do poder aquisitivo e das densidades urbanas, que mais têm esses a defender.? O poder e nada mais.

Partidos se unam se têm o que unir. Falo de idéias, não de malabarismos de oportunistas. Senão este país será sempre o que sempre foi: um Brasil para alguns.


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