Lógica, desejo, amor


- F. Pereira Nóbrega -



    Lógica não tem desejo. Nem desejo tem lógica.

Ela se pergunta pelo racional ao ligar algo a alguma coisa. .O desejo também se pergunta, não responde.

Inverso de ambos, o amor responde, não pergunta. Resposta ao desejo se chama amor. Mais que a lógica, ele liga pessoas a pessoa, a coisas, ao universo inteiro.

Então parece que o amor liberta, a lógica escraviza. Ela não nos oferece escolha. Dois e dois só podem ser quatro..


    Não é bem assim. Mais que a lógica, o amor parece nos escravizar.

A vida por vez nos diz: escolha isso ou aquilo. Se você ama, não hesita. Se hesita, deseja, não ama. Quem ama só deseja um. Que deseja muitos ainda não ama nenhum. Amor não escolhe, já escolheu.


    A rigor, já perdeu a liberdade. quem amou.

Desejo é como namoro, noivado. Casamento é amor. De repente se começa pelo fim. É amor à primeira vista. Por que? Não se pergunte por quê. Amor não é raciocínio. É fato consumado.


    Quem ama não se arrepende. Quem se arrepende já não ama.

Arrependimento é golpe de Estado no ordem afetiva. Recorre à instância dá lógica para julgar o amor.


    Mas não seria hora de arrepender-se quando é ilógico o amor?

A pergunta já responde. O amor implora ser eterno, longe de tempos e horas. que o meçam.. Quando se começa a medi-lo. se quer saber onde ele finda. Quem do amor indaga o fim já não mais ama.

Pergunte aos apaixonados e heróis sobre limites a suas paixões e ideais.

Se quiser matar-se, ame. Também se quiser viver, ame,. que morte maior é viver sem amar.

Mas não morra bobamente, porque o pulmão não respira, porque o fígado não funciona.. Assim morrem os animais.

Como a vela acesa que sua chama consome, só morra do coração - porque amou. demais.




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