De novo o presidente da República, Candidato à reeleição, Fernando
Henrique Cardoso saca de sua metralhadora discursiva para atingir
minorias. De novo a minoria desrespeitada é a coletividade cega. Tá lá,
no caderno de economia do JB de hoje (sábado, 15 de agosto). O
presidente tem um vocabulário dos mais respeitáveis em número de
palavras. Nos dias de exílio na europa, provavelmente o que mais
acumulou foram palavras. As mais finas palavras da "inteligensia"
acadêmica parisiense. do Chile recolheu as palavras sonoras da poesia de
Neruda; desenvolveu o mais escorreito discurso para o vultuoso trabalho
que realizou nos anos setenta, sob o rótulo de "a Teoria da
Dependência".
Na condição de estadista, mais do que conhecer países, assinar acordos
e convênios, FHC recolheu palavras, desde as mais simplorias (as quais
deve ter ouvido quando se perdia nas amplas salas do palácio de
Bokenhan", às mais sofisticadas, nas solenidades em que recebia o título
de Doutor Honoris Causa e onde podia brindar a uma platéia ávida, de um
discurso primoroso.
Já no país onde vive, que governa, FHC não cuida tanto das suas
"falas", nem mesmo das oficiais. Acho que aqui, o presidente se sente
como se estivesse no "quintal" do mundo e gosta de exercitar uma espécie
de "conversa na varanda", na qual se esmera em entremear um discurso
sério com termos os mais vulgares. Algo como uma espécie de "cultura do
choque", para combinar com o vale/tudo da posmodernidade. Ninguém
esperava pois que numa entrevista aparentemente séria sobre a
previdência brasileira, ele se saísse com aquela de chamar os
aposentados precoces de "vagabundos". Outra fala do presidente,
eminentemente discriminatória contra a coletividade cega mereceu o sábio
protesto do Prof Jonir Bechara, incorporado pela União Brasileira de
Cegos.
Ei-lo novamente que associa cegueira à ignorância, burrice e o que mais
valha, ao criticar a intransigência dos banqueiros e comerciantes no JB
de hoje.
Como votar pois num candidato que já deu tantas provas de que não
respeita as minorias???
Joana.
Reinvente o seu modo de "ver" o mundo a través da leitura...
Envie suas críticas e sugestões...