Da deficiência a eficiência de Um ser humano

Por Gilmar de Freitas Mariano - Fevereiro de 2004






Imagine um "call center" com 800 funcionários, cada pessoa com um computador com um hed fone, o cliente na linha e, no monitor, várias janelas: cadastro, informações, tabela de preços, software de discagem eletrônica, softwares de registro de produtos e serviços, páginas de formulários para cadastramento... e todos esses funcionários interagindo com o cliente e essas telas. Tudo isto seria fácil de imaginar se não houvesse ali juntos com estes 800 funcionários 3 pessoas totalmente cegas, desempenhando o mesmo papel e cumprindo as mesmas metas da empresa.

Esta é a realidade de um banco em Curitiba a exemplo de outras empresas que vem dando oportunidades de trabalho para pessoas com deficiências e esses profissionais provando que, quando uma empresa respeita as necessidades especiais de um indivíduo, se adaptando para melhor atendê-los (software de voz, rampa, sinalização especial), estará contribuindo para o desenvolvimento humano e social.

Apesar do desvio estético "para o padrão social brasileiro", alguns deficientes "quando têm oportunidade", estão mostrando que são eficientes, desempenhando funções antes não vistas devido à maneira deficiente que a sociedade tratava (e trata ainda) esses indivíduos eficientes.


O Brasil possui uma das maiores populações de portadores de deficiência do mundo e uma das menores taxas de participação no mercado de trabalho. Cabe a cada um de nós contribuir para a inclusão dos deficientes na sociedade onde vivem, ajudando assim a construir um mundo mais justo, acessível e humano para todos.

O atendimento a esses indivíduos não pode continuar restrito a algumas entidades especializadas e não podemos admitir que a grande maioria dessas pessoas continue excluida da vida social para não incomodar àquelas consideradas "normais".

Por outro lado, as políticas públicas destinadas aos portadores de deficiência, algumas são necessárias, mas sem a devida fiscalização são ineficiente. Já outras, comprovam a ignorância dos nossos políticos. Um exemplo claro são as assessorias de assistência e apoio aos deficientes, as quais tem uma visão assistencialista, assim como as entidades chamadas de "especializadas".

É preciso criar ASSESSORIAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS E DA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA e retirar as discussões do campo do assistencialismo e elevá-las ao nível de uma compreensão científica, ou seja, ultrapassar o senso comum, pois este entendimento ainda é predominante na sociedade brasileira.

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