POEMA DA PROCURA



Nos espelhos do tempo, nas esquinas da vida,
nas curvas do destino,
te procurei,
mas não te achei.

No entanto, queria tanto tocar no teu rosto,
em tuas mãos, em teu sexo...

Te procurei na casa da paixão,
nas asas do vento,
nos caminhos da poesia,
no bosque dos sonhos,
no castelo da alegria,
mas também não te encontrei.

No entanto, queria tanto ouvir tua voz,
teu sorriso, teu silêncio...

Te procurei no brilho das estrelas,
no clarão do luar,
no profundo do mundo,
no meio do mar...
tudo inútil; não consegui te encontrar.

No entanto, queria tanto tua pele,
teu beijo, teu espírito...

Tentei te mentalizar no infinito,
mas...
então, fez-se um silêncio tão profundo em mim...
assim como se eu estivesse em meus confins,
ou nos confins da "Própria Eternidade",
tão grande era a minha infelicidade!
E no meu silêncio cheio de sombras e de sons,
chamei meus dons, gritei meus dons,
mas eles não vieram, nem responderam.
E desesperada, enlouquecida, triste,
apesar de tanta solidão,
compreendi, finalmente,
que de mim jamais saíste;
e estarás sempre por inteiro,
dentro do meu coração.


Clara Luz


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