CRUZ


Clara Luz


Nos tambores de Aruanda,

Nos atabaques de Luanda,

Toquei para te chamar,

Te envolver, te encantar,

Mas de nada adiantou.

Fiz com fé

Despachos no Candomblé

Para te amarrar,

Te prender, te enfeitiçar...

Mas de nada adiantou.

Tomei banho de cheiro,

Dei oferendas na Umbanda,

Revirei o mundo inteiro

Para te seduzir, te apaixonar,

Para, enfim, te colar em mim,

Mas de nada adiantou.


Suei, sofri,

Chorei, sangrei,

Mas de nada adiantou.

Nem o sangue, nem as lágrimas,

Nem o suor, nem o desespero...

Nem a força da Alquimia,

Nem o poder da Magia...

Nada foi capaz de transformar meu destino, "minha cruz"!

O que é cruz... "é cruz"!

Agora eu sei.

O que é cruz... "é cruz!"

É a Lei!



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