ADEUS
do vinagre da loucura,
do veneno da lucidez,
e veio molhado de lágrimas,
de enigmas e de solidão!
Tinha também o silêncio de uma paz adormecida,
o cheiro corrosivo da tristeza,
da distância além da vida
e doía, doía, doía...
Doía tanto e de tanto que doía
enlouqueceu até a poesia
que sem poder me socorrer
por falta de anestesia
gritou em minha memória, em minha carne,
em minha alma que, por sua vez, também gritou,
chorou e se desesperou,
quase se desintegrou.
Hoje, perdidas todas as esperanças,
morro de saudades,
vivo de lembranças.
Clara Luz