A PEDRA DA FELICIDADE
Os anos se passaram e esse moço tornou-se bem velhinho. Certo dia, rememorando seu passado, concluiu que havia levado uma vida infeliz, com muitas dificuldades, privações e dissabores. Tivera poucos amigos, porém reconhecia ter sido muito egoísta. Jamais quisera o bem para os outros. Antes, desejava que todos sofressem tanto quanto ele. Reviu a pedra que guardara consigo durante quase toda a sua existência; lembrou-se do sonho e dos prováveis poderes da pedra. Decidiu usá-los, mesmo sendo em proveito dos outros. Assim, realizou o desejo de uma jovem, disponibilizando-lhe um bem material. Proporcionou uma grande alegria a uma mãe, revelando-lhe o paradeiro da filha há anos desaparecida, e por último, diante de um doente, condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura. Ao realizar o terceiro benefício, aconteceu o inesperado: a pedra se transformou em uma nuvem de fumaça e, em meio a essa nuvem, a fada - vista no sonho que tivera ao achar a pedra - apareceu-lhe dizendo:
- Usaste a Pedra da Felicidade. O que me pedires para ti, eu o farei. Antes devias fazer o bem aos outros para mereceres o atendimento de teu desejo. Por quê demoraste tanto tempo para usá-la?
O homem ficou muito triste ao entender o que se passara. Tivera em suas mãos, desde sua juventude, a oportunidade de construir uma vida plena de felicidade, mas fechado em seu desamor, jamais pensara em fazer o bem ou levar a felicidade a alguém. Ignorava que, fazendo alguém feliz, colheria o bem e a felicidade para si mesmo. Lamentando o seu passado, de dor e seu erro em desprezar os outros, pediu comovido e arrependido, à fada:
- DÁ-ME TÃO SOMENTE A FELICIDADE DE ESQUECER MEU PASSADO EGOÍSTA.
[autor desconhecido]