ORIXÁS


Parte 1

Ori=cabeça; xá=força, energia.

Há muitas definições para dizer o que significa um orixá. Contudo, digo sinteticamente que Orixá é uma entidade intermediária entre o Deus supremo (Olorum) e o mundo material. Os Orixás são encarregados de administrar a criação e se comunicam com o homem por meio de rituais, alguns complexos, outros nem tanto.

Anjos, Orixás, astros... todos se interligam; daí a correspondência nas diversas culturas e ou mitologias.


EWÁ

_ De personalidade tão instável quanto o clima, apesar de encantadora, era indiscreta e tagarela. Diz-se, pois, que os filhos de Ewá são: encantadores, tagarelas, inquietos, não sabem ceder, são temperamentais, tentam ser o centro das atenções, irritam-se além da conta quando estão doentes, fazem um "carnaval" por tudo e por nada, querem tudo ao tempo e à hora, não querem envelhecer. Mas nem tudo é defeito num filho de Ewá.

Dia da semana: segundo alguns, quarta-feira; segundo outros, terça-feira, com o que concordo por ser este dia também destinado a Oxumarê. Assim, este dia é o aconselhável para pedidos e oferendas.

Fiz questão de falar sobre Ewá, antes de qualquer Orixá, porque ela é pouco conhecida, por isso mesmo pouco cultuada no Brasil, nem por isso deixa de ser fascinante, tanto que é a parte feminina de Oxumaré ou Oxumarê, cobra-arco-íris, deus da riqueza, do qual oportunamente falarei. Seu número é quatorze.


A Magia, como ciência de alta luz, sempre existiu desde todos os tempos e assim continuará por todos os tempos. Por agora, ainda repleta de mistérios profundos.

Os Orixás viveram na Terra e eram humanos com qualidades paranormais e repletos de intensa força xamânica.

Assim também os Anjos viveram entre nós, como aliás não podia deixar de ser, pois até o mestre Jesus, principal construtor deste planeta, aqui viveu, amou, sofreu, exemplificou...

Os arquétipos se conectam, daí a correspondência em várias culturas, mitologias... Na verdade, os mitos são exemplos, modelos para o comportamento humano. Eles contêm mensagens profundas que, às vezes, podem parecer absurdas, infantis, ridículas, mas representam, com certeza, as "chaves de grandes mistérios". Jung, inclusive, reconheceu o que agora singelamente estou afirmando. Felizmente, quase ao final da era de Peixes, todos estão começando a buscar a cultura espiritual, compreendendo que o resto virá por acréscimo.


Voltando a Ewá, ela tem o nome de um rio da Nigéria; aliás, ele é que traz o seu nome, porque quando ela nele se banhava, conheceu Oxumarê que a envolveu. Diz a lenda que Oxumarê batizou o rio com o nome de Ewá em homenagem à amada. Oxumarê também paquerou Ewá, assim como acontece com os apaixonados nos tempos modernos. Primeiro ele aparecia todos os dias em forma de arco-íris quando ela se banhava no rio, e assim ficou durante algumas semanas. Depois ele apareceu como um lindo príncipe, e ái sim começaram a namorar e nunca mais se separaram.


Parte 2

Assim como os deuses do Olimpo, os Orixás amam, odeiam, favorecem, atrapalham... Contudo, astros, Orixás, Anjos e os homens de boa vontade estão querendo ajudar a sociedade e a cada um a aprender o real significado das palavras amor, solidariedade, amizade, fraternidade...

Assim, no dia 31 de outubro de 1999, dia consagrado às bruxas, estiveram reunidos os líderes católicos e luteranos, desejosos de ressaltar as idéias iguais. O ecumenismo florescendo, todos aprendendo a conviver com as diferenças, todos buscando a cultura espiritual, com certeza, também voltarão seus olhos benignos, a consciência, o coração para os Orixás, para a linguagem das plantas, dos sonhos, dos símbolos, dos sinais. Certamente Olorum, Deus, fará com que todos ouçamos Sua voz através do nosso anjo, de todos os anjos, e, assim, cheios de ternura e caridade, chegaremos ao amor, à luz, à verdade. Por causa disto, leiam a lenda de Ewá:

"Ela era uma linda mulher que residia num reino distante de Ifé. Com seu jeito de princesa, causava admiração por onde passava. Vivia às margens de um rio e por seus poderes, para favorecer às colheitas, invocava as forças do vento, da chuva, da lua, da natureza enfim.

Um dia, quando se banhava no rio, um arco-íris se formou diante dela. O brilho intenso da luz a impressionou, principalmente porque, além da luz, sentiu algo a envolvê-la. Correu encantada para contar às pessoas o que lhe acontecera. Disse-lhes que o arco-íris desaparecera deixando três moedas no local. Esta mesma cena se repetiu durante sete dias. Intrigada, resolveu seguir o arco-íris para ver onde ele terminava. Nadou por três dias e três noites até chegar à outra ponta do rio; lá havia uma coroa de ouro que ela, curiosa e fascinada, tomou nas mãos. Então Oxumarê, o Orixá da riqueza, apareceu diante dela em forma de príncipe, e ambos se encantaram, porque, de fato, eram ambos lindíssimos. Apaixonada, Ela disse que não mais queria se separar dele. Ficou então sendo sua alma gêmea, sua cobra-fêmea, sua parte feminina, inclusive no espaço, onde ele vive como arco-íris."


OXUMARÊ

Porque estou falando de Ewá, devo agora falar de Oxumarê. Nãnã, querendo demais ter um filho de Oxalá, concebeu o primogênito Obaluaiê, o qual por sua feia aparência foi por ela desprezado. Então consultou Ifá (o Orixá da adivinhação) e este lhe disse que numa segunda tentativa ela teria um filho lindíssimo, tão formoso quanto o arco-íris, mas este não ficaria a seu lado, porque ela estava indo contra as leis da natureza: Oxalá era de Iemanjá, Orumilá havia traçado isto no céu. Aliás, o próprio Oxalá tentou, inutilmente, dissuadi-la desta relação. Conforme previsto por Ifá, nasceu Oxumarê, maravilhoso. Durante seis meses, assumia a forma de um arco-íris, levando água para o castelo de seu pai, que morava em Orum (céu). Nos outros seis meses, voltava à Terra sob a forma de uma cobra, aquela que mordia a própria cauda, dando a volta em torno da Terra. Ela teria gerado o movimento de rotação do planeta, bem como o trânsito dos corpos celestes no espaço. É a serpente da bíblia, da magia, e representa polaridades opostas: masculino/feminino, inverno/verão, noite/dia, bem/mal, sendo que, por ser extremamente generoso, Oxumarê coloca no coração e na consciência do homem a certeza de que só o Bem é a luz, o amor. Sendo assim, o Bem é tudo de que os bons precisam para se tornar fortes; na verdade, o mal só existe porque os bons são tímidos. A lenda continua dizendo que Oxumarê deu um reino a seu irmão e que lhe fez uma roupa muito bonita para esconder sua aparência. Carinhoso, amoroso, não deixa que seus filhos passem privações, e se os mesmos estão sujeitos ao carma ou à "Lei", ele procura consolá-los, ajudando-os a suportar as provas.


Parte 3

OXÓSSE

Conta-se que houve no reino de Ijexá uma grande festa para comemorar a abundância das colheitas. Nela o rei oferecia aos súditos coco, milho verde, mel... Acontece que o soberano não convidou as feiticeiras que ficaram furiosas; por isso, para lá mandaram um grande pássaro, um pássaro gigante, o qual começou a atacar o povo, causando grande tumulto, interrompendo tão alegre comemoração. Preocupado, o rei chamou os dois caçadores mais famosos, ordenando-lhes que exterminassem a ave. O primeiro atirou vinte flechas, mas tudo inútil. O rei, irritado, mandou-o embora. O segundo atirou quarenta flechas, mas tudo também foi inútil. Então disseram ao soberano que havia nas proximidades um caçador de nome Oxósse e que este, apesar de usar apenas uma flecha vermelha, certamente não falharia.

Sua mãe, ao saber do chamado, consultou um babalaô que lhe disse que seu filho caçador teria sucesso se fizesse uma oferenda às feiticeiras, a qual consistia no sacrifício de uma galinha. A oferenda foi feita, e o sucesso foi total. Oxósse lançou apenas uma flecha e o pássaro, ferido mortalmente no peito, caiu no chão para a alegria de todos e principalmente do rei que deu ao caçador metade de suas riquezas e uma cidade para governar: Keto, a terra dos panos vermelhos. Governou esta cidade até a morte. Sempre foi querido por todos, porque era alegre, leal, corajoso, caçador de aventuras, de animais, de idéias... Apaixonava-se muitas vezes e facilmente. Como Ogum, era guerreiro; como Ossãim, morava na floresta. O único amor de sua vida foi Oxum. Ele talvez tenha ficado leviano, inconseqüente, namorador, porque Xangô lhe roubou sua amada Oxum.

Oxósse - sincretismo - São Sebastião

Era filho de Iemanjá

Dia da semana: quinta-feira.

Além de Oxum, era também muito encantado por Oxumarê (fêmea, Ewá).

Gostava das folhas e tinha também o dom da cura, muito embora seja Ossãim o Orixá da medicina.


Parte 4

XANGÔ

No espiritualismo, para purificar o ar, o ambiente, as pessoas, há sete tipos de purificações ou higienizações, sendo os mais usados: incensos, velas, água, sal... Por agora direi que o sândalo é um incenso muito apreciado pelos Pretos-Velhos, bem assim como a essência e o perfume. O patchouly é preferido pelos "cabocos". Em geral, Camdomblé, Umbanda preferem incensos à base de ervas. Anjos, Fadas e companhia preferem incensos florais e à base de frutas. É claro que, para cada caso há um incenso, da mesma forma que as velas.

Vamos falar de Xangô?

Xangô reinou na cidade de Oyó, mas depois se transferiu para Kossô, onde ergueu um palácio com cem colunas de bronze para viver com suas três mulheres: Obá (amorosa e prestativa e também a mais velha), Oxum (linda, faceira, coquete...) e Iansã (amiga, cúmplice, guerreira). Xangô tinha o dom da oratória, da persuasão e da sedução. Tinha uma dupla vista além do normal, pois sabia, num rápido olhar ou mesmo de olhos fechados, quando alguém roubava, mentia; tanto que se achava o maior justiçeiro. Prepotente, autoritário, queria sempre que sua opinião prevalescesse. Querendo ampliar seus poderes ainda mais, pediu a um famoso babalaô de Oyó uma fórmula. Este, então, lhe deu uma caixinha de bronze com a ordem expressa de abri-la em caso de extrema necessidade ou de legítima defesa. Xangô contou a Iansã sobre o pedido e o presente, e os dois, não contendo a curiosidade, resolveram abrir a caixa sem respeitar as recomendações. Imediatamente, trovões, relâmpagos, tempestades tão fortes destruíram a população e a cidade, salvando-se apenas os dois e uma parte do palácio. Algumas "nações" dizem que Xangô, não suportando tanta tristeza, se enforcou na única árvore de Obi que restou no jardim destroçado de seu palácio igualmente em ruínas, para que se cumprisse a justiça. Quando seu espírito passeia pela Terra, o único lugar que ele não visita é aquele onde estava seu palácio. Dizem outras "nações" que a terra se abriu e ele de propósito nela se afundou. Tanto ele quanto Iansã tornaram-se os Orixás dos raios, dos trovões, das tempestades, enfim. Ela, porém, é chamada a "Senhora dos Sete Raios" por ter conseguido dominá-los sem os exterminar. Não seguiu imediatamente com Xangô para o mundo espiritual. Ficou na Terra por mais algum tempo ainda. Por ter evoluído e ter sentido tanto a dor de uma injustiça, recebeu de Olorum o prêmio de ser o Orixá da justiça.

Há muitos tipos ou qualidades de Xangô, mas todos eles têm a justiça e a fé como principais atributos. Na verdade, há sete qualidades ou tipos e assim acontece em relação a todos os Orixás. Os tipos mais conhecidos de Xangô são: Xangô Agodô, Xangô Caô e Xangô Oberi, respectivamente São Pedro, São João Batista, São Jerônimo.

Xangô roubou Oxum de Oxosse e Iansã de Ogum.

Vinícius de Morais, Dorival e Danilo Caymi, Jorge Amado são alguns famosos filhos de Xangô.

Além dos incensos, também os defumadores (que, na verdade, são incensos de uma forma mais primitiva), nas religiões afro, são até mais usados que os incensos, com certeza.

Se a mata é o lugar preferido de Oxosse, as rochas, pedreiras e cachoeiras são os lugares preferidos de Xangô. A cachoeira, principalmente, porque lá vive Oxum, e ele sempre se encantou muito por ela, apesar de ser Iansã sua melhor cúmplice, sua companheira mais constante, isto quando se trata de São Jerônimo, quando ele está na vibração dos raios e dos trovões. Quando ele vai atrás de Oxum, é São Pedro.

Quero dizer com isso que cada qualidade é atribuída por causa das vibrações, das circunstâncias, das afinidades e dos atributos adiquiridos por determinado espírito. Cada Orixá tinha seis amigos, daí formarem sete falanges que se subdividiram e se subdividiram indefinidamente. Contudo, há, segundo alguns, sete, e segundo outros, oito; outros ainda, dezesseis, e por último, trinta e dois Orixás principais. Acho, porém, que os principais são os nossos Orixás e que os demais devem merecer nossa atenção pelo que fazem em prol da natureza e da humanidade.


Parte 5

NÃNÃ

Em Iorubá, Nãnã quer dizer "grande senhora". Esta é a maneira pela qual o africano a reverencia. Este tratamento só é dado às Orixás de grande importância. Nãnã é a mãe de Obaluaiê, ambos são responsáveis pelo equilíbrio do mundo, pois cuidam do nascimento, da morte e do acompanhamento do espírito após sua desencarnação. Tanto ela quanto seu filho usam colares (brajás ou ibajás). No Brasil, ela é representada ou sincretizada, em algumas regiões, como Santana, avó de Jesus, em outras, como Santa Teresa e ainda em outras como Nossa Senhora do Carmo (pouco provável). Há também uma qualidade de Nãnã sincretizada com Madalena. Talvez tenha sido esta que tenha seduzido Oxalá com vinho de palma, pois estava muito apaixonada por ele e queria ter um filho seu. Oxalá, fiel a Iemanjá, achou que isto não estava correto. Nãnã, porém, tanto fez que, desta sedução, nasceu Obaluaiê. Antes de seu nascimento, um babalaô preveniu-a de que este primeiro filho seria horrível e que só na segunda tentativa ela seria mais feliz. Se assim foi dito,assim aconteceu. Seu segundo filho nasceu lindo e é o deus da riqueza, o arco-íris, Oxumarê. No começo, ela rejeitou Obaluaiê que viveu longo tempo abandonado. Dizem uns que foi Iansã que o rei integrou no meio dos Orixás; outros dizem que foi seu irmão Oxumarê. Oxumarê deu-lhe um reino e também uma roupa de palha-da-costa. Ele sempre andava com a cabeça toda coberta para ocultar sua aparência, principalmente nas festas.

Com o tempo, Nãnã percebeu as muitas afinidades existentes entre ela e seu filho que, apesar de não ser bonito, tinha-lhe grande amor. Ela é a protetora das avós. Quando dança parece estar apoiada num bastão, mas na verdade não está, ele é imaginário, visto apenas por aqueles que têm "olhos de ver". As contas dos seus colares e dos seus adornos vão do azul-claro ao azul-marinho e também branco-opaco. Nas iniciações dos seus filhos, a terra é invocada como elemento e como planeta. Sua principal qualidade é a justiça.

A saudação a Nãnã se faz da seguinte forma: "SALUBBA NÃNÃ!"


OBALUAIÊ

Todas as manhãs, quando o sol vem surgindo, Obaluaiê ergue as mãos e os olhos para os céus, numa atitude de amor e de respeito, saudando seus ancestrais, os demais Orixás, sua mãe Nãnã e o próprio sol. Obaluaiê e Omulu são nomes do mesmo Orixá: Omulu quando velho; Obaluaiê quando jovem. Nãnã e Obaluaiê são os Orixás da transformação e do equilíbrio. Ele representa bem o ciclo vital: saúde-doença-juventude-velhice-vida -morte (renascimento). Ele é o médico dos Orixás (Onixegum), mas é Ossãim, entre os Orixás, que é considerado "o deus da medicina" por conhecer todas as ervas; contudo é Obaluaiê que tem, depois de Olorum, o poder, vida e morte, pois, na Terra, toma conta das pessoas e na hora do desenlace é ele quem as ajuda no desprendimento do corpo. Embora pareça paradoxal, ele tanto pode trazer a saúde quanto a doença.

Sincretismo: quando novo, São Lázaro; quando velho, São Roque. Suas contas são pretas e brancas às vezes; e às vezes vermelhas e pretas.


Parte 6

IEMANJÁ

"Dundalunga Iemanjá!" Isto quer dizer: Salve, Iemanjá!

Sobre este Orixá, que é feminino, há muito que se dizer, que se contar, porque, na verdade, ela é reverenciada pelo mundo inteiro, já que é a Rainha da terra, do mar, do céu da Terra, mãe da natureza!

Ísis, Sofia, Maria, Iemanjá!... São estes os seus nomes mais conhecidos, ela que, na verdade, tem mais de mil nomes. Um dia Gandhi falou: "No Hinduísmo, conheço os mil nomes de Deus; mas depois de refletir, de meditar, compreendi que, em verdade, Ele não tem nome." Talvez com Iemanjá se dê o mesmo. O nome, porém, é necessário, porque é a coisa, o espírito manifestado.

15 de agosto, 31 de dezembro, 2 de fevereiro são os dias oficiais de Iemanjá, embora sejam seus todos os minutos, de todos os tempos.

Iemanjá é tão mágica e tão forte que, desta ou daquela forma, desperta todos os interesses desde os comerciais aos sentimentais. A Bahia é o berço predileto desta rainha. Mas o seu palco é o Rio de Janeiro.

Foi com Iemanjá que a vida teve início. Ela é a senhora das Grandes Águas e mãe de todos os Orixás. A coreografia de sua dança representa o movimento das ondas do mar, e seu canto é tão harmônico e tão suave que encanta a todos que sabem ouvi-lo. Por esta razão, dizem que é muito perigoso ouvir "o canto da sereia". Há sobre ela muitas lendas, muitas verdades e muito folclore.

O dia consagrado a seu culto na Bahia é 2 de fevereiro quando saem os barcos repletos de presentes, do rio vermelho, se estendendo por todas as praias. Colares, rendas, fitas, flores, leques, perfumes, pulseiras... eis alguns dos presentes que ela gosta de receber. Os baianos dizem água-de-cheiro quando querem se referir a perfume. Na Bahia e no Rio Grande do Sul, ela é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes. Em São Paulo, nossa Senhora da Conceição e no Rio de Janeiro, Nossa Senhora da Glória. Iemanjá é Rainha das Sereias, para uns, e das Ondinas, para outros.

Os filhos de Iemanjá perdoam sempre, amam muito, são bons amigos, bons esposos, gostam da natureza, respeitam as pessoas, as tradições, são organizados, generosos, dificilmente têm problemas psicológicos, tratam com carinho até os objetos, gostam de enfeitar suas casas, gostam de roupas de seda bordadas, são vaidosos, especialmente com os cabelos, e as mulheres gostam de tê-los compridos. Têm muita intuição, choram por qualquer coisa, adoram estar atualizados e dificilmente são feios. Quase sempre são morenos. Se pudessem, fariam cirurgia para corrigir todos os defeitos. Têm poucos problemas de saúde, mas sabem superá-los com alegria, energia e paciência. Têm muitos problemas com os seios. Atualmente as filhas de Iemanjá se esforçam para ser esbeltas. São sensuais e, às vezes, se tornam tântricas, gostam de uma adoração antes do sexo, porque se sentem como deusas e o são.

Orixá é também uma força, uma energia da natureza cósmica. Iemanjá é tudo isso e muito mais. Dizem que nas noites de luar ela canta para atrair os pescadores para o fundo do mar. Há quem diga, maldosamente, que ela tem muitos homens, mas isto está longe de ser verdade. Eles ficam para as sereias ou para as ondinas que moram em suas águas. Realmente ela transborda de encantos, mas pertence apenas a Oxalá.

Dias dedicados a Iemanjá: segunda e sábado. Há ainda quem lhe consagre o domingo por causa de Oxalá.

Outra saudação para Iemanjá: "Odoiá!"

Ela é filha de Olokum (mar). Ela e Oxalá teriam criado o mundo. Quando dançam, abrem os braços como se estivessem nadando no mar, depois colocam as mãos na testa, levantando-as para o céu como se quisessem também erguê-lo. Os muitos nomes que ela tem se devem à profundidade dos mares, às localidades...

Insígneas: leque e espelho. Seu número é o número 5. O mesmo número de Oxum. Iemanjá significa "filha de peixe". Ela teve dez filhos, todos Orixás. Talvez tenha tido muitos mais. Os mais conhecidos, porém, são dez. Diz uma das muitas lendas a seu respeito que por amamentá-los ficou com vergonha de seu marido, porque seus seios ficaram enormes e, por isso, fugiu de Ifé rumo a oeste e foi dar no reino de Okerê. O rei se apaixonou por ela e se casaram, mas ela lhe pediu que não a ridicularizasse. Ele prometeu que não o faria, mas certo dia se embriagou e começou a zombar dos seios dela. Iemanjá fugiu novamente e se lembrou de uma garrafa que sua mãe Olokum, deusa do mar, lhe havia dado com uma porção mágica para ela tomar em caso de perigo. Porque ela estivesse correndo, caiu, quebrou a garrafa e assim se transformou em um rio, indo parar no mar. Okerê, apaixonado, e não querendo perdê-la, se tornou uma montanha para impedir o curso das águas. Contudo, ela pediu ao filho Xangô para livrá-la deste amor, e ele partiu a montanha para ajudar a mãe. Xangô tudo quebra com seu Oxé (machado).


Parte 7

Quando os africanos chegaram aqui, acorrentados nos porões dos navios negreiros, se não trouxeram bens materiais, trouxeram sua religiosidade, sua cultura, suas tradições, enfim, aquilo que o pai Olorum lhes deu e, na Terra, ninguém pode roubar ainda que o queira. Apesar das chicotadas cruéis dos brancos, jamais os negros esqueceram a beleza dos seus cantos, a graça das suas danças nem o poder dos seus Orixás.

Mãe Oxum amparava todas as escravas na hora do parto e também as sinhás brancas. Se assim não fosse, as negras teriam morrido sem remédios, sem recursos, sem alimentação, sem higiene nem repoouso adequado; e as brancas, cheias de dores, não aguentariam a vinda de alguma curiosa para ajudá-las. Se o bondoso Oxalá não tivesse dado paz e força aos pobres escravos, os quais tinham de se curvar às malvadas mãos dos feitores, todos teriam sucumbido e nosso país, com certeza, não seria hoje metade do que é. Apesar dos maus tratos, os negros não deixaram de ser fiéis aos seus deuses-ancestrais, aos seus Orixás, às suas raízes, mesmo assistindo às missas que os seus senhores mandavam celebrar para não serem tomados como bárbaros ou desumanos. Claro está que os negros faziam isto coagidos.

As principais vertentes das religiões afro-brasileiras são a Umbanda e o Candomblé, pois os africanos espertos, e não podendo desprezar o poder, a força e a proteção dos seus "Maiores", passaram a associar os santos católicos aos Orixás que mais conheciam ou que mais os ajudavam, surgindo assim o sincretismo. Com a convivência, grande parte dos católicos também embarcaram nessa, e como!


BREVES COMENTÁRIOS SOBRE ALGUNS ORIXÁS

1. Obá: Guerreira das Águas Revoltas, por sua ingenuidade e pela astúcia de Oxum, perde de vez o amor de Xangô. Oxum, linda, faceira, vaidosa, divide seu coração entre Oxosse e Xangô até que este definitivamente a rouba do outro. Se querem saber, Xangô tinha três mulheres e, durante muito tempo, conseguiu conviver com as três. Os Orixás tinham, como os deuses do Olimpo, grandes paixões, grandes poderes, grandes lutas, grandes defeitos. A evolução é que deu jeito nisso. Apenas com os anjos e com as fadas, as coisas sempre foram mais certinhas, especialmente com os anjos, pois afinal eles estão lado a lado com Samana, Íça, Jesus... Quanto mais estudamos os Orixás, com certeza mais estaremos nos redescobrindo.

2. Exu: O irreverente Exu é o Mensageiro dos Orixás (uma espécie de Mercúrio) e é o filho primogênito de Oxalá e Iemanjá. Simboliza a energia dinâmica, associada à sexualidade e à multiplicação. Muitas pessoas ignorantes ou charlatães se aproveitam para fazer seus desregramentos dizendo estar possuídas por esta entidade. Mentira! Mentira! Conta-se que, certo dia, ele devorou tudo que havia na Terra, devolvendo em seguida quadruplicado, multiplicado enfim. Por isso ele é o primeiro a receber oferendas que leva aos Orixás e depois devolve tudo multiplicado em forma de Axé (energia vital). Outros dizem que as primeiras oferendas lhe são dadas porque ele é ciumento, criador de casos, pavio curto. Desde todos os tempos, sempre houve quem falasse bem ou mal em todos os mundos! Oposição-situação; seja como for, os grandes avatares sempre nos disseram para multiplicarmos os talentos.

3. Ogum: Senhor da Guerra, Desbravador dos Caminhos e, conforme os mitos africanos, foi ele quem criou o ferro, a metalurgia, abrindo assim novos horizontes para a civilização. Protege os soldados, os agricultores, os artesãos, todos que lidam com o ferro e com o aço e os que lutam pela vida, os que combatem o bom combate. Filho de Oxalá e Iemanjá, está sincretizado com São Jorge e Santo Antônio.

4. Oxosse: É conhecido como Provedor, porque sua habilidade para a caça sempre garantiu alimentação para todos os Orixás e para todas as pessoas que nele acreditam. Aqueles que trabalham para o seu próprio sustento e para o sustento da família podem contar com, podem pedir a proteção desta entidade, cujos atributos são a perseverança e a fartura. Apaixona-se facilmente, é verdade, pelo seu próprio temperamento de caçador, mas é fiel ao seu modo, sendo Oxum sua paixão mais constante. É preciso atirar a flecha na hora certa. Cada coisa tem seu momento. Vocês se lembram da festa do reino de Ijexá? Com uma só flecha, Oxosse matou o pássaro gigante e com isto ganhou a metade das riquezas do rei e uma cidade para governar, o que fez com sabedoria e amor, tanto que lá reinou até a morte. Era a cidade dos panos vermelhos. Os atiradores, anteriores a ele, não sabiam a história no momento certo. O primeiro, atirando vinte flechas, nada conseguiu; o segundo, com seus quarenta lançamentos, também não obteve sucesso; Oxosse, porém, com sua flecha vermelha, uma apenas, resolveu de vez a questão, trazendo a paz e o reinício da festa que comemorava a abundância das colheitas. Fica claro que é preciso entender a linguagem do tempo, dos sinais... Ele é o Orixá da Natureza e da Agricultura. Está associado a São Sebastião e a São Jorge. É também filho de Oxalá e Iemanjá.

5. Xangô: Mulherengo, autoritário, orgulhoso, justiceiro... Os raios, o fogo e as pedras são seus domínios. Alguns dos sincretismos: São Pedro, São Jerônimo, São João Batista, São Francisco de Assis... No Brasil, sua popularidade é tanta, tão grande, não sei se porque Caymi e Jorge Amado são seus filhos, ou porque ele é aquele que mais luta pela justiça e pelo restabelecimento da verdade. Quando em vida, ele cometeu muitas injustiças e, justamente por isso, quando chegou ao grau de Orixá entendeu que dói menos ser injustiçado do que fazer injustiça. Como Francisco de Assis, ele é o Orixá da Paz, da Esperança, da Caridade, e seus filhos que vibram nesta energia, neste raio, são a própria generosidade.

6. Iansã: Deusa Guerreira, Senhora dos Sete Raios, dos Eguns (espíritos dos mortos). Fogo, raios, ventos, tempestades são seus domínios. Clara Nunes e Maria Bethânia são suas filhas mais conhecidas. Sensualidade, coragem e dinamismo são suas qualidades. Em suas mãos, sempre uma espada, símbolo da guerra e da luta. Filha de Oxalá e Iemanjá. Sincretizada à Santa Bárbara. Também mulher de Xangô. Vibração: São Jerônimo, sua cúmplice, seu par perfeito.

7. Oxum: Bela, vaidosa, sensual. A mais feminina das deusas do Candomblé e da Umbanda. Daí ser a deusa do amor e da beleza (Vênus). É a Senhora das Águas Doces. Protege as grávidas, os partos, os campos. É também mulher de Xangô. Embora Jerônimo fosse apaixonado por ela, quando sincretizada com Santa Clara, fica como par de Francisco de Assis. Outros sincretismos de Oxum: Nossa Senhora das Candeias, Virgem Maria, Nossa Senhora Aparecida... É ainda a Mãe do Ouro ou Deusa do Ouro e a grande filha de Oxalá e Iemanjá.

Quanto a Obá, está sincretizada com Santa Catarina, Santa Marta, e Santa Joana Darc. Ela é a Orixá das paixões infelizes, por isso protege os amores platônicos, os não correspondidos e consola os casais que não deram certo.

8. Logum ou Logunedê: Filho de Oxosse e Oxum. Ele é bissexual. Vive seis meses na mata caçando com o pai e seis meses nas águas doces com a mãe. É uma linda mulher e um belo homem. Delicadeza, beleza e poder de sedução são qualidades que não lhe faltam. É um Orixá eternamente adolescente. Está sincretizado com o Arcanjo Miguel e Santo Expedito quando jovens. Quanto ao sincretismo feminino, embora haja muitos mistérios, há quem acredite ser Santa Clara, Santa Terezinha e Santa Luzia. Santa Clara, pouco provável.

9. Iemanjá: Iemanjá, Dandalunga, Inaê, Oloxum são a mesma Orixá. Dandalunga é também uma invocação ou saudação para ela na África. É a esposa amada e predileta de Oxalá. É a mãe de quase todos os Orixás. Senhora das Águas Salgadas, do Céu, da Terra... Senhora da Conceição e Senhora dos Navegantes e muitos mais outros nomes e sincretismos tem esta deusa.


Parte 8

Apesar da Astrologia tradicional estabelecer conexões com a Mitologia greco-romana, ou talvez por causa disso, seja possível associar cada signo do zodíaco a um Orixá que, certamente, concederá bênçãos especiais, nascidas em seu período de regência, sem contudo deixar de atender aos que a ele recorrem ou aos necessitados que ainda não sabem pedir, por orgulho ou por falta de fé.

Preste atenção, amigo, vou lhe dizer o Orixá do seu signo e, ao longo desta macro-série, irei também colocando sua oração e algumas particularidades dele.

ÁRIES: Ogum (São Jorge)

TOURO: Oxosse (São Sebastião)

GÊMEOS: Ibegi (Cosme e Damião)

CÂNCER: Oxum (Nossa Senhora da Conceição)

LEÃO: Xangô (neste signo, Arcanjo Miguel)

VIRGEM: Obaluaiê (São Lázaro, com os anjos Rafael e Regina)

LIBRA: Oxumarê (São Bartolomeu, trabalhando com São Mateus e todos os anjos)

ESCORPIÃO: Nãnã (Senhora Santana, mãe de Maria, avó de Jesus, trabalhando com os anjos Azrael, Asaril e Joyce)

SAGITÁRIO: Iansã (Santa Bárbara, trabalhando com São Jerônimo, São Tomé e o reino angelical)

CAPRICÓRNIO: Omulu (São Roque - Obaluaiê velho)

AQUÁRIO: Oxalá (Jesus)

PEIXES: Iemanjá (Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora dos Navegantes)


_ PARTICULARIDADES E INDICAÇÕES _

ÁRIES (OGUM)

Senhor das Guerras e das Competições; daí sua coragem, sua determinação, disposição para tudo... Luta sempre contra o mal, jamais se omite. Você é assim?

Dia deste Orixá: terça-feira.

ORAÇÃO

Pelo poder do fogo e do aço, por Ogum, sempre venci, venço e vencerei, porque tu, meu Orixá, és fiel amigo de Jesus e da Virgem Maria que te deram toda a força, todo o poder, pois só queres o bem. Ogunhê! Patacory, meu pai! Com sua lança de aço e com sua espada de prata, abra meus caminhos, limpe meu corpo, minha alma e me livre dos falsos amigos, dos perigos, dos inimigos, visíveis ou não, tanto do mundo material quanto do espiritual. Dê-me seu Axé, ó Grandioso Orixá, para que com sua ajuda eu consiga.... Poderoso senhor do ferro e do aço, vencedor de demandas, que eu tenha paz e prosperidade e que jamais me deixes fraquejar para que eu sempre consiga realizar tudo que desejo. Que o Grande Oxalá te ilumine e a mim também. Patacory, Patacory, Patacory! Salve Ogum, Salve São Jorge, Matador de Dragão, Exterminador do Mal, junto com o Arcanjo Miguel e com todos os anjos do céu.


TOURO (OXOSSE)

Carisma, intuição, sensibilidade. Orixá da Fartura, Senhor das Matas. Tenha cuidado com amigos falsos e procure manter a harmonia familiar.

Dia do ritual para o Orixá: quinta-feira.

ORAÇÃO

Okê, Okê! Oxosse! Faça de mim uma pessoa bem sucedida. Que nada falte em meu lar. Que eu tenha sempre sabedoria para agir, força para jamais desanimar e paz para conseguir meus ideais; vigiar, trabalhar e orar. Ó Rei da Mata, da Lua, do Céu Azul... de tanta coisa linda e forte. Faça-me livre como o vento, leve como os pássaros, direto(a) como sua flecha. Caçador do Bem, que eu sempre vença, mesmo perdendo. E que eu sempre seja feliz, mesmo chorando.

Okê, Oxosse! Salve São Sebastião!


Se você é de Ogum, procure comer inhame; se é de Oxosse ou de Ossãim, milho, folhas...


GÊMEOS (IBEGI _ Orixás-Crianças _ Cosme e Damião)

Há sobre estes Orixás algumas lendas, aliás, todos Orixás têm muitas histórias. Nós também temos muito o que contar sobre nós e sobre aqueles que nos são caros. Somos, na verdade, uma enciclopédia; afinal, foram, são e serão tantas reencarnações...

Você deve ser menos aéreo, mais perseverante, menos volúvel. Os Orixás-Crianças lhe dão leveza, clareza, versatilidade e boa fé. No amor, você será sempre carinhoso, amigo, e isto o ajudará sempre em seu poder de encantar e de cativar a companheira. Apesar de ser de Ibegi, procure comer frutas, mais que doces. De vez em quando, coma um chocolatinho e procure, de alguma forma, ajudar crianças e velhos.

Uma das lendas diz que Cosme e Damião eram dois irmãos gêmeos médicos que tinham grande poder de curar e que eram muito caridosos. Sendo de família abastada, só cobravam de quem podia pagar.

Outra lenda conta que eram sete irmãos gêmeos, sendo Cosme e Damião os mais notáveis por sua inteligência e bondade. Os outros cinco foram também grandes médiuns e seus nomes figuram no registro da Umbanda.

Dias do ritual: sábado e domingo.

ORAÇÃO

Doces Crianças, Cosme, Damião e toda sua falange! Que sua proteção me sirva de consolo e de estímulo nas dificuldades. Que a paz, a esperança, a fé e a coragem jamais me abandonem. Ó Crianças, Anjos-Crianças, Crianças-Orixás, vocês brilham no céu, nas estrelas, no sol e no luar. Por sua força e sua luz, olhem pelas crianças do mundo inteiro, sejam elas pobres ou ricas, para que todas se tornem puras, felizes, iluminadas e, crescendo em amor e sabedoria, façam este planeta melhor. Ibegi, Ibegi, toda alegria e toda iluminação para vocês e para mim.


Ah! Não se esqueçam de cantar para os anciãos e de lhes levar carinho, consolo, amor.


câncer (oxum)

Deusa dos Rios, das Cascatas, do Amor, dos Encantos... Esta Orixá lhe oferece charme, amor, doçura, intuição, sensibilidade... É só entender e aproveitar.

Faça da sua vida um motivo de alegria. Não se entristeça nem se aborreça por tolices. Beba muita água, afinal, ela é o elemento do seu signo. Não abuse do seu charme. Seja encantadora como Oxum, e não uma pessoa vulgar.

Dia para o ritual: sábado.

ORAÇÃO

Saravá Oxum! Senhora Dourada, de pele e de alma. Sei que suas águas são benditas, por isto peço que elas me livrem de todas as impurezas, lavem minhas mágoas, minhas chagas e também todo o planeta. Divina Rainha, Linda Orixá, que as suas mãos me tragam os lírios da paz, da bondade, da esperança e que você me faça doce, amorosa, sedutora, rica e carismática como você é. Mamãe Oxum, proteja-me! Que eu ame e seja amada. Que eu ame tudo quanto existe. Ai Iê-ieu mamãe Oxum! Livre-me de toda bruxaria, de toda maldade, de toda feitiçaria. Obrigada, Senhora do Mais Puro Axé!


LEÃO (XANGÔ)

O Senhor da Justiça, do Fogo e dos Trovões.

Se você se deixar guiar por este Orixá, será uma pessoa firme, franca, verdadeira. Cuidado para não se tornar autoritária, prepotente, nem querer ser a dona da verdade. Tenha menos vaidade para não ter inimigos implacáveis e ter amigos leais. Desta ou daquela forma, você será sempre um líder.

Dia para o ritual: quarta-feira. Procure comer quiabo, cenoura ralada e tomar chá de maçã. No dia dos rituais, não coma quiabo, porque ele é o prato do Orixá.

ORAÇÃO

Xangô, Caô, Caô, meu Pai! Senhor dos Raios e da Justiça Divina! Não permita que meus inimigos atinjam meu corpo nem minha alma. Que eu não faça nem sofra injustiças. Ó Senhor do Machado Sagrado! Por seu Oxé, eu peço: .... (faça o pedido). E peço mais: quero ter o coração puro e a força das rochas que sempre estão sob seu domínio. Proteja-me, Senhor do Fogo e da Vida, para que não me faltem a coragem, a alegria de viver, a fé e a caridade. Abençoe-me, Grande Orixá, e interceda sempre por mim. Caô Xangô, Caô!


Parte 9

ALGUMAS PALAVRAS USADAS PELOS ORIXÁS

Abebê: espelho usado por Oxum;

Abelê: leque usado por Oxum;

Adoxu: estado em que o iniciado já pode incorporar o orixá;

Amorim: pano virgem;

Axé: força invisível, mágica e sagrada; está sendo usada vulgarmente como paz, sucesso...

Bori: cerimônia destinada a reforçar a cabeça do iniciante;

Brajá: colar de búzios com aparência de escamas de serpente, utilizado por Oxumarê;

Ejé: sangue derramado na cerimônia de iniciação;

Elegum: eleito preferido do Orixá;

Epó: azeite de dendê;

Erukerê: rabo-de-cavalo usado só pelos reis, característico de Oxossi;

Ifá: orixá da adivinhação e do destino, mensageiro de Deus;

Igbá: bacia usada na cerimônia de iniciação do iaô-elegum;

Iká: tipo de reverência do iniciado do sexo masculino;

Ilê: casa;Iyó: sal.


ORAÇÃO MÁGICA DA PAIXÃO

Que pode ser feita em todas as luas, isto é, menos na Lua Minguante.

"Orixás da Paixão, fortaleçam meu corpo, minha cabeça, minha emoção, para que possa viver em mim muita paixão, toda paixão!

Quero ter toda paixão por mim, por meu trabalho, por meus estudos, pela vida, por meu amado... Quero a paixão dentro de mim e também caminhando comigo, do meu lado.

Quero ter a sensualidade de Iansã, o encanto de Oxum, a doçura de Iemanjá, a força de Ogum, o charme de Ewá...

Lua, Lua-Luar! Vem me ajudar! Quero apaixonar e me apaixonar. Quero enlouquecer e me enlouquecer; quero, enfim, deixar viver, fazer viver e também viver.

Pai Oxalá, tu que governas este mundo, um dia, um dia... transforma toda esta paixão no amor mais profundo. Um dia! Um dia! E saravá, todos os Orixás, os que são da paixão e os que não são."

(Acender uma vela vermelha ou amarela, ou ambas.)


Clara Luz


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