ACOLHER

Acolher é repartir o peixe, o pão, a alegria, a paz, o teto, o agasalho, o lar, o próprio coração.

Apenas merece ser perdoado aquele que, por alguma razão, não pode infelizmente acolher, ainda que o queira. Quem não quer ou não sabe acolher desconhece a gentileza, a solidariedade, a fraternidade, a caridade, enfim, o amor ao próximo; e, portanto, não é digno de estar nesta Terra, de receber as dádivas da Natureza, porque efetivamente não merece viver, pois estamos no mundo para servir, e não para sermos servidos.

Quando alguém hospedava Jesus, ele além de deixar na casa suas poderosas energias e sua doce paz, também distribuía benesses, graças, dons. Deus nos acolhe em Sua Misericórdia; Jesus nos acolhe, nos abriga, nos recebe, nos consola, nos guarda em seu coração, cheio de amor e de generosidade. Jesus, nosso guia e modelo, é sem dúvida nosso melhor hospedeiro.

Maria Santíssima ampara-nos, acolhe-nos, em sua imensa ternura, em seus braços e em seu carinho de mãe.

Sei que hoje em dia é difícil acolher por causa da violência, da desonestidade, da situação econômica, enfim, em virtude de muitos outros motivos. Mas se vigiarmos, se orarmos, se efetivamente confiarmos em Deus, em Jesus, na Mãe Santíssima, nos Anjos, que nada mais são do que Espíritos de Luz que por ordem divina vêm à Terra para nos consolar, aconselhar, esclarecer, guardar, proteger... Repito: se nos entregarmos à vigília, à oração, e se confiarmos no Alto, no Supremo, com certeza saberemos ouvir nossa consciência, nosso coração, a voz dos Céus, a voz de Deus. E, desta forma, poderemos amparar, acolher, abrigar, receber, aceitar, hospedar, à medida do nosso possível. Quando, porém, não pudermos oferecer moradia, agasalho, poderemos pelo menos dizer uma palavra amiga, dar um copo d' água, um pedaço de pão; poderemos, enfim, abraçando com carinho e falando com bondade, acolher, ainda que por momentos, aquele que nos procura. Muita vez, este acolhimento salva uma vida.

Sejamos, pois, a imitação do Cristo, porque afinal ele é, neste planeta, nosso guia e modelo. (Questão 625, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)

Sejamos amparo, abrigo, consolo, hospedeiros do Universo, hospedeiros de Deus!

Faz-se ainda necessário um último lembrete: quem sabe, quem pode, quem quer acolher na Terra será também acolhido na Casa do Pai, nos Céus; quem sabe, quem pode, quem quer acolher acende luzes no espírito, e ele brilhará ao lado do Mestre que lhe sorrirá dizendo: "Irmão, que bom! Breve seremos Um com o Pai".

Clara Luz