Paulo Roberto Barbosa

Conhecendo um pouco de mim

Meu nome é Paulo Roberto Barbosa, 44 anos, nascido na cidade de
Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no dia 22 de janeiro de 1953. Filho
de Cláudio e Alvanir e irmão de Vilma Lucia, casei-me no dia 18 de
fevereiro de 1978 com Zelma Duarte, com quem tive 2 filhos: Etiene e Bruno.
No dia 21 de julho de 1974 recebi Jesus Cristo como Senhor e
Salvador de minha vida e desde aquele dia sou membro da Igreja Batista
Calvário de Niterói.
Fiquei viúvo em 1993, devido a problema de miocardiopatia dilatada
de minha esposa, aos 35 anos, e hoje vivo na companhia de meus 2
filhos a quem amo e que tudo fazem para me ajudar desde que fiquei cego.

Formação Educacional

Após concluir os estudos básicos, por gostar muito de matemática,
resolvi fazer Ciências Contábeis, e com 21 anos de idade já chefiava um
Departamento Financeiro de grande indústria no Rio de Janeiro.
Apesar do sucesso nessa minha primeira empreitada, após 2 anos percebi que
não era bem isso que desejava fazer, ou seja, não era essa a minha vocação.
Uma grande tendência a uma dedicação ao trabalho religioso começou a aflorar
e percebi que minha vida estava se encaminhando para o ministério
pastoral. Larguei tudo, trabalho, casa, parentes, amigos, e fui para uma
Faculdade Teológica onde concluí o curso de Bacharel em Teologia, em
1981. Logo a seguir fiz a Ministry School (Escola de Ministérios) do Dr.
Morris Cerullo, da Califórnia, EUA. Devido ao meu trabalho na área de
Missões Transculturais (em outra parte desta Homepage, fui convidado a
fazer um curso em Cingapura, no Haggai Institute, onde conclui o
"Advanced Leadership Training" (Treinamento de Liderança Avançada),
juntamente com diversos líderes de todo o mundo, tendo como colegas de
turma, 3 Ministros de Estado e um Rei (Nigéria).

Ministério Pastoral

Após o término de meu curso Teológico, paralelo ao meu trabalho
missionário, desempenhei minhas funções de Pastor em Minas Gerais e no
Rio de Janeiro. Fui ordenado ao ministério pastoral na Igreja Batista de
Lagoinha, em Belo Horizonte, dirigida naquela época e até hoje, pelo Pr.
Márcio Valadão, de grande conceito no cenário nacional. Fui enviado para
uma pequena cidade, Matozinhos, onde ajudei a formar uma Igreja que em 6
meses, passou de 3 para 66 membros. Devido a uma doença causada pela
alergia a carvão de uma siderúrgica local no meu filho, fui transferido
para o Rio de Janeiro, Copacabana, onde por 7 anos dirigi uma Igreja
local. Ajudei também a formação de uma Igreja no Leblon e depois daquele
tempo ali, saí para meu curso em Cingapura deixando mais de 200 membros
congregados.
Durante o período de meu ministério pastoral, dei aulas na
Faculdade de Teologia do Rio de Janeiro durante 10 anos e fui tradutor
das publicações da CPAD-Casa Publicadora das Assembléias de Deus por 3 anos.
Com a perda da visão em 1990, paralisei minhas atividades por um
tempo, só recomeçando quatro anos mais tarde, com a ajuda do Dosvox,
mostrado em outra parte dessa Homepage.

Ministério Missionário

Paralelo ao meu ministério pastoral, dediquei-me com grande ardor e
abnegação à obra missionária transcultural. Logo após o término do meu
bacharelado, fiz um estágio como secretário-executivo na WEk
International, secretariando seu presidente, o australiano Robert
Harvey, líder da WEK para a América Latina. A experiência do trabalho e
o convívio diário com missionários de diversas partes do mundo, serviram
para edificar ainda mais um alicerce missionário em meu coração. Ali
pude praticar o Inglês e o Espanhol e começar a aprender o Italiano. Foi
um tempo de grande alegria e estímulo para minha vida ministerial.
Trabalhei também junto a Operation Mobilization tanto na parte
administrativa como na preparação da vinda do navio Doulos ao Brasil.
Devido a minha participação junto a essas Missões, fui convidado para
dirigir o CEBIMI-Centro Brasileiro de Informação Missionária, onde
editava a revista "Koinonia Missões" para todo o Brasil e para mais 27
países. Durante os anos que trabalhei no CEBIMI, preparei o livro
"Despertando para Missões", usado por muitos seminários como livro texto
na cadeira de Missões e esgotado rapidamente.
Por causa desse trabalho no CEBIMI, recebi muitos convites para
participar de Congressos em diversas partes do mundo e também um convite
da maior Editora cristã da Inglaterra para ser seu Editor para o
Brasil. Fiz parte também da diretoria da AMTB-Associação de Missões
Transculturais do Brasil, que engloba as maiores entidades missionárias
de nossos país.

Perda da Visão

Fiquei cego há 7 anos, desde 5 de março de 1990, devido a
descolamento de retina. Após uma pequena cirurgia para retirada de um
princípio de catarata, acabei ficando cego. Fiz sério tratamento e
várias cirurgias em Campina-SP, mais após 9 meses recebi o laudo do
médico dizendo que nada mais podia ser feito a nível de Brasil. Minha
única chance seria tentar nova cirurgia nos Estados Unidos, mais
precisamente em Boston, Massachussets. Após um ano de preparativo e
tentativa de levantar a quantia suficiente para a viagem, embarquei
para Boston, onde foi constatado novo problema. Com o tratamento em
Campinas, à base de laser, minha córnea se deteriorou e era necessário
também um transplante. Com a ajuda de muitos brasileiros que lá viviam,
eu pude ser submetido a 3 cirurgias consecutivas no "Mass Eye and Ear,
Hospital especializado para esse tipo de tratamento. Apesar do bom
trabalho e boa vontade dos médicos e ajuda de todos, não houve sucesso
e após 4 meses eu retornei ao Brasil, na expectativa de novas
descobertas da ciência ou de tentar me readaptar à vida, mesmo sem
enxergar.

Encontro com o Dosvox

Após perder a visão e paralisar minhas atividades pastorais e
missionárias, sentia-me inutil e sem perspectivas futuras. Porém, ao
voltar de minha segunda viagem aos Estados Unidos, ouvi em uma emissora
de rádio, uma entrevista com um deficiente visual que propagava a
existência de um Projeto da UFRJ, que capacitava os cegos, através de um
computador, ler e escrever independente de ajuda externa. Fiquei
emocionado e empolgado, embora receoso de que aquilo estaria muito além
de minhas posses financeiras. Depois de alguns dias de tentativa, junto
à radio, buscando conseguir o telefone do entrevistado, tive a minha
perseverança recompensada. Consegui o telefone, e através daquele homem,
cheguei aos líderes do Projeto Dosvox. Parecia um sonho, mas eu estava
começando a ter esperanças outra vez! Um jovem, Luis Cândido me deu toda
atenção, e mais do que isso, forneceu-me um "kit Dosvox". Eu ainda não
possuía um computador mas isso era o de menos... eu conseguiria! Com
ajuda de amigos adquiri meu micro e quase chorei quando, ao instalar os
softs do Projeto, ouvi pela primeira vez: "Dosvox, o que voce deseja?".
Daquele dia em diante, minha vida se transformou completamente. Podia
escrever minhas cartas, ler arquivos, buscar sozinho o telefone dos
amigos (eu não sei ler braille até hoje), podia até mesmo brincar um
pouco para descontrair, pois, eu agora também tinha alguns jogos à minha
disposição. A vontade de aprender a usar tudo aquilo era tão grande, que
não desgrudava do computador e poucos dias mais tarde já podia escrever
meus textos usando quase todos os comandos. O Antonio líder do Projeto,
o Marcelo, estudante cego e programador do Projeto, e o Renato, do apoio
aos usuários, me ajudaram muito, além do Luis Cândido (já falecido),
é claro.
O tempo foi passando, novos programas foram acrescentados e hoje,
nao tenho qualquer dificuldade para: mandar e receber cartas para todo o
mundo, imprimir folhas para envio por correio comum, enviar fax, criar
arquivos de cadastro de qualquer natureza, ler os jornais diários e as
revistas disponíveis na rede, ler as Homepages e até mesmo criar essa
Homepage que voce está lendo!
Com o Projeto Dosvox, posso continuar meu ministério pastoral e
missionário, posso preparar mensagens de edificação e ânimo, pois,
também temos à disposição a Bíblia Sagrada, completa e falada!
O deficiente visual não esta mais limitado, o Projeto Dosvox
deu-lhe "asas" para que possa "voar" para onde quiser!

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