ANGOLA
Os países africanos de expressão portuguesa encontram-se num
contexto difícil, de dureza extrema, como: guerras,
doenças endêmicas, catástrofes naturais, subdesenvolvimento
econômico, fome e mizéria. É nesta realidade adversa que encontramos
muitos milhares de deficientes visuais que se expressam em português.
Com cerca de 10,3 milhões de habitantes, Angola ocupa o 165º lugar
entre os 174º países estudados (de acordo com o relatório sobre o
desenvolvimento humano, da ONU), com uma taxa de alfabetização de 42,5
por cento.
A primeira escola para o atendimento de cegos, em Angola, apareceu
em 1972, por sugestão do médico oftalmologista Jorge Dário dos Santos
Lapa e do escritor cego Oscar Ribas, idéia trazida do Brasil.
Encantados com o atendimento dado aos cegos brasileiros pelo Instituto Benjamin
Constante e conscientes de que o Braille constitui um meio fundamental para a
alfabetização, para um percurso escolar bem sucedido e para o
desenvolvimento cultural das pessoas com deficiência visual,
imprescindíveis ao pleno exercício do direito de cidadania,
deu-se início a implantação do Sistema Braille para o uso e aplicação em
Angola.
O motivo pelo qual verificamos um significativo atraso na adoção
do Sistema Braille no país deve-se às condições desfavoráveis que vive
o povo africano, sobretudo pela escassez de recursos humanos e
materiais.
Para estes grupos vindos da subnutrição, das doenças tropicais, da
insalubridade e dos estilhaços da guerra, o essencial não seria um
livro em Braille nem uma pauta para escrever, pois o que lhes interessa
é atingir um lugar seguro e protegido onde, se possível, haja água e
algum alimento.
Em 1992 foi constituída a Associação Nacional de Cegos e Amblíopes de
Angola (ANCAA), com objetivo de auxiliar a escola e dar encaminhamento
para emprego aos cegos capacitados pelos programas de preparação
profissional, no esforço para manter vivo o sonho de dias melhores para
a instituição e seus representados.
Luciane Molina
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